Feliz do ser humano que vive um namoro, pois este é o momento mais delicado do amor. O amor é mais amplo, envolve muita coisa; é um sentimento mais intenso, mais profundo. Mas não vou falar dele agora, mas sim de ternura, que é a essência do namoro. Ah… Quão pouca gente sabe o que é ternura. Podes ter certeza que todo mundo sabe o que é amor, paixão, tesão ou obsessão. Mas faça um teste: pergunta à primeira pessoa com quem encontrares hoje o que é ternura? Se ela te responder que é carinho, brandura, delicadeza, medo de magoar ou medo de machucar, então, podes ter certeza que estás falando com alguém de muita sensibilidade.
A ternura nós a exercemos também fora do namoro, e muitas vezes nem nos apercebemos, porque ela é na maioria das vezes espontânea. Por exemplo, ela pode ocorrer quando olhamos embevecidos para um botão de rosa, numa manhã de sol, ainda ornamentado por gotas do sereno da madrugada. Eu até evito passar muito rente dela, com receio de que o deslocamento de ar que o meu corpo provocaria, viesse a fazer com que uma as gotas de orvalho despencassem das pétalas. Podemos ter ternura por qualquer pessoas a que queremos bem.
Quando eu vejo uma criancinha, um bebezinho, no colo da sua mãe, eu olho para ambas e me comovo. Fico embevecido. Me emociono e, às vezes, quase choro. Não te disse que sou um E.T.? Pois é. Sou assim. Mas eu só olho, e sorrio, porque tenho medo de que qualquer gesto meu estrague aquele sublime momento. Pegar a criança no colo, nem pensar, pois nada no mundo me dá mais receio de machucar alguém do que eu pegar um bebezinho no colo.
Neste 12 de junho celebra-se o Dia dos Namorados. Foi por isso que eu puxei este assunto contigo, meu raro e paciente leitor. Já deves ter ouvido pessoas dizerem que isso é frescura, que é coisa do comércio, para vender mais. Tudo bem… Até pode ser. Mas quem sabe também é um bom momento para lembrarmo-nos de que existe dentro de cada um de nós este sentimento chamado ternura, o qual talvez esteja jogado, esquecido, empoeirado, num canto qualquer das nossas mentes e de nossos corações.
O principal sentimento que une os namorados não é o amor, como falei, mas sim a ternura, que é a vontade de proteger, estar sempre juntos. Fazer o outro sorrir e ser feliz. Quando um estiver triste, o outro chorar junto. Ao termos ternura por alguém já sabemos o que este sente mesmo antes mesmo dele nos dizer. Namorados, quando juntos, não precisam nem falar o que sentem. Às vezes, um olha para o outro e riem por nada. As carícias mais suaves os transporta para o mais infinito mundo de sonhos, imaginação e fantasia. Se existe alguém para quem tu tenhas este sentimento, és uma pessoa feliz, podes crer. Agora, se essa pessoa também sente o mesmo por ti, aí então és a pessoa mas feliz do mundo. E talvez não saibas.