Em evento do MDB realizado no final de semana em Balneário Camboriú, governador Jorginho Mello (PL) não fez nenhuma questão de esconder seu apreço pela legenda, para qual está reservada a vaga de vice em seu projeto de reeleição. O governador, que já havia sentenciado isto há alguns dias, voltou a ressaltar que o MDB tem sua preferência para a futura composição.
O grande problema do governador é que, nem o seu partido, nem o próprio MDB, conseguem estabelecer um consenso em relação a esta possibilidade. Ontem, por exemplo, a deputada federal Júlia Zanatta, que é filiada ao PL de Jorginho Mello, criticou severamente a possibilidade de aliança com o MDB, ressaltando que o partido, em nível federal, tem votado sistematicamente com o governo do presidente Lula da Silva (PT), e, por conseguinte, contra os ideais defendidos pela direita. Há alguns meses a deputada federal Carol de Toni (PL) havia feito críticas neste mesmo sentido.
Já dentro do MDB, não faltam líderes contrários a uma dobradinha com Jorginho Mello. Tratam-se de integrantes da chamada esquerda emedebista, que em 2022 já obstruíram uma tentativa de aproximação que vinha sendo feita com Jorginho Mello, através da atual senadora Ivete Appel da Silveira (MDB). Na ocasião, este grupo, liderado pelos ex-governadores Paulo Afonso Vieira e Eduardo Moreira bateram na tecla de uma candidatura própria ao governo, para impedir a convergência para Jorginho. Depois se voltaram contra a proposta de candidatura própria para, por fim, indicar o ex-prefeito de Joinville, Udo Döhler como candidato a vice do então governador Carlos Moisés da Silva (REP), projeto este que foi um fracasso absoluto.
O fato é que, em relação ao MDB, já é sabido que o partido entrará em 2026 novamente rachado. É muito provável que a legenda de fato seja vice de Jorginho Mello, mas, pelo menos 30% das lideranças do partido deverão estar no palanque, ou trabalhando nos bastidores, pela candidatura de João Rodrigues (PSD) ao governo.
Por sua vez, no que diz respeito ao PL, o governador precisa se esforçar para não perder a sintonia com as bases do partido. Quanto mais Jorginho se afasta dos princípios do bolsonarismo, mais ele perde adesão da direita ao seu projeto de reeleição. É preciso muita astúcia para saber qual o ponto de equilíbrio desta equação política, para que as perdas não sejam maiores do que as conquistas.
Finais
Em relação a dobradinha entre o PL e o MDB, propriamente dita, o fato é que ela soa muito estranha. O PL nada mais é do que a representação do pensamento médio do eleitor de direita. Pensamento que durante muito e muitos anos foi defendido pelo que conhecemos hoje como o Progressistas. Já o MDB catarinense sempre foi oposição a este pensamento. Os emedebistas passaram a vida brigando com a direita. Por conta disto, de forma natural, há de se supor que muita gente, tanto simpática ao PL, quanto ao MDB, acabará rejeitando esta dobradinha, por não se sentir representado por ela.
Deputado estadual Tiago Zilli (MDB) diz que anunciará no próximo dia 1 de novembro, se irá, ou não, disputar à reeleição no ano que vem. O parlamentar, que sofreu um infarto no ano passado, passou por uma bateria de exames e disse que seu futuro político está nas mãos dos médicos que tem lhe atendido nos últimos meses. Nos bastidores da política, corre a boca miúda informação dando conta que Tiago não irá disputar um novo mandato na próxima eleição. Já seu braço direito na Assembleia Legislativa, Edson Dagostin, o Pisca, assegura que o deputado irá para a reeleição. Do posicionamento de Tiago também depende o futuro político do deputado federal em exercício, Luiz Fernando Vampiro (MDB). Caso Tiago decline de uma candidatura à reeleição, automaticamente Vampiro decretará sua permanência no MDB para disputar a Assembleia Legislativa ano que vem.











