Em uma operação conjunta, a Polícia Federal e a Receita Federal desencadearam nesta quarta-feira (11/12) a Operação Palíndromo, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa estruturada e hierarquizada que realizava operações de câmbio sem autorização, cometia evasão de divisas, lavagem de dinheiro e fraudes no comércio exterior. As ações eram conduzidas a partir de Joinville, em Santa Catarina.
A Justiça Federal expediu 18 mandados de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos em endereços residenciais e comerciais nas cidades de Joinville e Itajaí. Além disso, foi determinado o sequestro de bens avaliados em aproximadamente R$ 20,7 milhões, incluindo embarcações, veículos de luxo, imóveis e bloqueio de ativos financeiros em contas bancárias.
Esquema sofisticado de fraude no comércio internacional
A investigação aponta que a principal empresa envolvida no esquema oferecia serviços de câmbio sem autorização do Banco Central. Por meio de operações de trading no comércio internacional, os recursos eram enviados ilegalmente ao exterior através de práticas fraudulentas, como:
- Uso de documentação falsa ou antiga para pagamento de importações;
- Antecipação de câmbio fraudulenta;
- Pagamentos a terceiros não relacionados ao negócio.
Essas ações eram utilizadas para subfaturar mercadorias e ocultar a origem, destino e propriedade dos recursos, bens e direitos. Entre as técnicas empregadas pelo grupo estavam a mescla de recursos ilícitos com lícitos, blindagem patrimonial, utilização de sócios ocultos e empresas de fachada.
Crimes investigados e penas
Os investigados poderão responder pelos crimes de:
- Operar instituição financeira sem autorização;
- Evasão de divisas;
- Lavagem de dinheiro;
- Integração de organização criminosa;
- Fraudes na importação de mercadorias.
Somadas, as penas máximas para esses crimes podem ultrapassar 32 anos de reclusão.
A Operação Palíndromo reforça o combate às organizações criminosas que atuam no comércio exterior, promovendo prejuízos milionários ao país e alimentando esquemas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A investigação segue em andamento para identificar outros envolvidos e rastrear valores ilícitos movimentados pelo grupo.