Homem deu uma facada no então candidato à presidência Jair Bolsonaro em 2018
A Polícia Federal está investigando uma possível ligação entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e pagamentos para a defesa de Adélio Bispo, o homem que deu uma facada no então candidato à presidência Jair Bolsonaro em 2018. De acordo com a Folha de S. Paulo, a investigação, que foi reiniciada no ano passado, contraria conclusões anteriores e é considerada inconsistente pela atual direção da PF.
A hipótese de uma relação entre o PCC e a defesa de Adélio se baseia em pagamentos feitos por acusados de integrar a facção para um dos advogados que defendeu Adélio. Fernando Costa Oliveira Magalhães, advogado investigado no caso e que integrou a banca que fez a primeira defesa de Adélio, nega qualquer ligação com o PCC e diz que os repasses têm relação com a defesa de outros clientes, não a de Adélio.
Para sustentar a tese, a apuração lista quatro suspeitas, incluindo pagamentos fracionados de R$ 315 mil feitos em 2020 por pessoas com suposto elo com o PCC para uma empresa no nome de Magalhães, um registro no livro-caixa de um dos advogados com pagamento de R$ 25 mil e a rubrica “caso Adélio”, e um grupo de troca de mensagens entre os advogados no aplicativo WeChat com o nome “Adélio PCC”.
No entanto, a nova linha de apuração é considerada inconsistente pela atual direção da PF, que vê fragilidades nos indícios citados, incluindo o fato de as transferências sob suspeita terem sido feitas dois anos após o atentado. A DIP (Diretoria de Inteligência), onde o inquérito está localizado e que é chefiada atualmente pelo delegado federal Rodrigo Morais, já apontou diversas vezes que não houve mandante no caso.
Os advogados que defenderam Adélio sempre negaram ter assumido o caso em busca de holofotes, mas nunca citaram os nomes que pegaram pelos serviços. Adélio está desde 2018 na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).
Fonte: SC Todo Dia