Educadora percebeu que muitos de seus alunos estavam sofrendo com ansiedade e depressão e decidiu realizar uma série de palestras e rodas de conversa com os alunos
Quando a professora Denise Suppi Pereira começou a perceber que muitos de seus alunos estavam sofrendo tanto com a ansiedade quanto com a depressão, a ponto de atrapalhar as tarefas escolares, resolveu investigar e agir. “Alguns relatavam dores no corpo todo, especialmente nos pés, e nem queriam ir para a quadra de esportes”, conta.
O fato aconteceu em 2021, na escola Normélio Cunha, no bairro Guarita, em Sombrio, onde Denise leciona Educação Física. Ela então elaborou um projeto que recebeu o nome de “Ansiedade e Depressão no Ambiente Escolar”, e com o apoio da diretora Rita de Cássia, a escola iniciou uma programação especial com palestras, rodas de conversa e outras atividades envolvendo estudantes e professores.
Crianças e adolescentes ansiosos não é um fenômeno novo e nem restrito aos estabelecimentos de ensino, porém, a situação piorou bastante depois da pandemia do coronavírus. Através de conversas e aplicação de questionários, Denise descobriu que alguns estudantes estavam inclusive usando medicação para o transtorno. Durante este ano, o projeto teve continuidade, e segundo a diretora, uma melhoria já foi sentida: “percebemos que o ambiente está melhor e os alunos menos ansiosos”. Foi Rita quem solicitou que a professora registrasse em relatório todo o trabalho, e depois fez a inscrição de Denise no prêmio Educador Elpídio Barbosa de âmbito estadual. O ‘Ansiedade e Depressão’ foi escolhido para representar a região no concurso, e Denise foi homenageada em uma solenidade realizada em Florianópolis. “É o reconhecimento do trabalho realizado pela professora, que é efetiva há 23 anos na nossa escola, e que sempre teve na sua trajetória a busca por uma educação de qualidade”, diz Rita De Cássia.
A EEB Normélio Cunha possui 489 alunos, e o projeto abraçado por toda a instituição ultrapassou os muros da escola e alcançou também as famílias.