segunda-feira, 16 DE setembro DE 2024
CapaRetorno dos botos-de-Lahille ao Rio Araranguá intriga especialistas

Retorno dos botos-de-Lahille ao Rio Araranguá intriga especialistas

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O Rio Araranguá, no sul de Santa Catarina, tem registrado um fenômeno inesperado: o retorno dos botos-de-lahille, que há duas décadas não eram avistados na região. Esses cetáceos, conhecidos por sua interação com pescadores artesanais de tainha, voltaram a aparecer na foz do rio, atraindo a atenção de pesquisadores que buscam entender os motivos desse retorno.

No último verão, pelo menos cinco botos-de-lahille (Tursiops gephyreus) foram fotografados na foz do Araranguá. Esse retorno foi inicialmente notado pelos pescadores locais, que há muito esperavam pelo sinal dos botos — um comportamento que indica o momento ideal para lançar as redes de pesca e garantir uma boa colheita.

O reaparecimento dos botos levou a uma investigação sobre o fenômeno. Pesquisadores da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) estão explorando possíveis explicações para esse retorno. Uma das teorias sugere que o aumento do turismo em outras áreas conhecidas por abrigar botos, como Tramandaí, Torres e Laguna, pode ter levado esses animais a buscar áreas menos movimentadas, como o Rio Araranguá.

Durante o verão deste ano, professor Rodrigo Machado, especialista em mamíferos marinhos registrou, por meio de fotos e vídeos, a interação entre botos e pescadores. O projeto ‘Botos do Araranguá’, além de monitorar os botos, visa promover a proteção da espécie. O conhecimento sobre os padrões de deslocamento dos botos pode ajudar a intensificar as campanhas de proteção e as ações de fiscalização para evitar práticas prejudiciais, como o uso de redes na barra do rio.

O retorno dos botos-de-lahille não apenas revive uma interação histórica, mas também oferece uma oportunidade valiosa para a conservação desses mamíferos marinhos. A continuidade desses avistamentos pode garantir que os botos permaneçam uma presença regular nas águas do Rio Araranguá.

De acordo com o professor Rodrigo Machado, do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), “Pelas falas de quase quarenta pescadores do local, conseguimos identificar um período de quase vinte anos sem a presença dos botos na área. Um dos pescadores forneceu uma foto da última vez que teria pescado com o boto, que, segundo ele, ocorreu por volta de 2005. É complexo determinar as causas desse afastamento dos botos, pois são diversos os fatores envolvidos. Da mesma forma, entender o motivo do retorno desses animais é desafiador, mas pode estar relacionado à distância do local em relação à cidade e ao menor movimento na área”, explica o pesquisador.



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