Na próxima quarta-feira, 2 de julho, o Tribunal do Júri da comarca de Araranguá julgará um homem de 25 anos acusado de tentativa de feminicídio, com agravantes de meio cruel e motivo fútil. O crime aconteceu na noite de 20 de janeiro de 2025, no bairro Operária, e teve grande repercussão na região pelo nível de violência envolvido.
De acordo com a denúncia, por volta das 20h40min daquela segunda-feira, a Polícia Militar foi acionada após uma mulher de 26 anos dar entrada em estado grave no Hospital Regional de Araranguá, com o corpo queimado. A vítima precisou ser intubada devido à gravidade dos ferimentos.
No hospital, embora a mulher não pudesse prestar depoimento formal devido às condições clínicas, o médico e o enfermeiro responsáveis pelo atendimento informaram à polícia que a própria vítima relatou ter sido atacada pelo companheiro. Segundo o relato, ele teria jogado álcool e ateado fogo nela após uma discussão motivada por ciúmes.
O suspeito, por sua vez, apresentou uma versão diferente. Alegou que o casal estava na cozinha quando, acidentalmente, derramou álcool sobre ambos ao se apoiar em uma bancada. Ele disse que estava fumando e que o fogo se iniciou de forma acidental. Ainda segundo o réu, ele conseguiu apagar as chamas em seu corpo e tentou ajudar a mulher, retirando a camisa dela e jogando água. Ambos foram levados ao hospital por um vizinho.
Diante dos relatos colhidos e da gravidade da situação, o homem foi conduzido à Central de Polícia Civil e autuado em flagrante por tentativa de feminicídio. Desde então, ele se encontra no Presídio Regional de Araranguá.
A vítima sofreu queimaduras em cerca de 40% do corpo, com risco de morte e sequelas permanentes, e ficou incapacitada por mais de 30 dias. O processo corre em segredo de justiça. O julgamento deve contar com a presença de testemunhas e promete mobilizar a comunidade local, que aguarda por justiça em um caso marcado pela brutalidade.