Na semana passada, prefeito de Brusque, Ari Vequi (MDB), e seu vice, Gilmar Doener (DC), foram cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral. A cassação de seu principalmente por conta da presença do empresário Luciano Hang na campanha majoritária do município. Ao defender Ari e Gilmar, e, principalmente, ao criticar a campanha do petista Paulo Eccel, Hang teria desequilibrado o processo eleitoral em Brusque. Teria se configurado ali o chamado abuso de poder econômico.
De fato, não há qualquer dúvida de que em Santa Catarina a presença de Luciano Hang na campanha eleitoral de 2022 trouxe muitos benefícios para os candidatos que ele apoiou, e muito malefícios para seus adversários, principalmente se eles estivessem filiados ao PT. Também não há dúvidas de que Hang só possui a fama que tem por conta de seu patrimônio, o que facilitou sobremaneira sua exposição midiática. Sendo assim, a tese de que Ari e Gilmar foram beneficiados pelo poder econômico em suas eleições é teoricamente válida.
A grande questão é saber qual é o limite desta interpretação. Em tese, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também teria cometido abuso de poder econômico ao apoiar candidatos de sua preferência. O mesmo se dará ano que vem em relação ao presidente Lula da Silva (PT), afinal de contas ninguém tem mais poder econômico em um país do que o presidente deste país.
Afora isto, há também questões de ordem que já tangem a filosofia do direito. Afinal de contas, Luciano Hang não poderá mais ter opinião política? Luciano Huck, Silvio Santos, Faustão e tanto outros milionários da mídia também não podem? E se um grande empresário apoiar um candidato a prefeito em determinado município, declarando voto, isto é abuso de poder econômico? Se for, como parecer ser, onde fica o direito do cidadão de manifestar seu pensamento político, através do principal alicerce da democracia, que é a liberdade de expressão?
A fato é que se Luciano Hang não poder falar, ninguém que tenha dinheiro também poderá. Já, se ele pode, as cassações do prefeito de vice de Brusque foram injustas.
Finais
Prefeito de Balneário Arroio do Silva, Evandro Scaini (Rep), diz que vai refletir muito bem antes de tomar uma decisão quanto a disputar a reeleição, ou não, ano que vem. “É algo que eu não poderia responder agora. Vou deixar para tomar esta decisão apenas em 2024, quando as questões que envolvem a atual gestão já estiverem totalmente encaminhadas”, comenta. Quem com certeza não disputará a reeleição é seu vice, Carlos Augusto Scarsanella, que está cumprindo o segundo mandato na mesma função. Convém ressaltar que Scarsanella também foi vice do ex-prefeito Juscelino Guimarães, o Mineirinho. O atual vice seria uma das opções para substituir Evandro Scaini na disputa eleitoral do ano que vem pela coligação que atualmente comanda o executivo municipal. Antes de qualquer encaminhamento neste sentido, no entanto, é preciso saber primeiro qual será a decisão do prefeito em relação ao pleito que se avizinha.
Prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), já não está morrendo de amores pelo PSD. O motivo seria uma série de interjeições que vêm sendo feitas pelo deputado federal Ricardo Guidi (PSD) a presença de Salvaro na legenda. Vale ressaltar que Guidi é o atual presidente do PSD criciumense. Basicamente, Ricardo Guidi tem se sentido ameaçado pela possível presença de Clésio Salvaro em seu partido, e, por conta disto, tem feito vários questionamentos. A medida em que crescem as objeções dentro do PSD, também aumenta as possibilidades de que Salvaro venha a se filiar no Progressistas. Diante deste cenário, já se vislumbra até mesmo uma aliança majoritária entre João Rodrigues (PSD), Clesio Salvaro (PP?), Gean Loureiro (União) e Napoleão Bernardes (PSD), para disputar a majoritária de 2026. Um ao governo, um a vice, e dois ao senado, não necessariamente nesta ordem.
