A Covid-19 passou mas deixou uma enormidade de sequelas na economia mundial, o que inclui, por óbvio, o Brasil. Por quase dois anos o mundo trafegou com marcha reduzida, produzindo meramente o mínimo necessário para a sobrevivência das populações, já que praticamente todo o planeta entrou na onda do fique em casa. Sem produção em escala, 2020, 2021 e parte de 2022 foram anos em que houve pouquíssima geração de riqueza, em relação aos anos anterior. Por consequência, sem produção, não houve tributação, e sem tributação não há distribuição de dividendos.
Ao contrário do que se possa imaginar, a distribuição de tributos no Brasil não se dá de um mês para o outro. Em muitos casos chega a levar dois anos para que o imposto cobrado hoje do contribuinte caia efetivamente na conta de uma prefeitura. E é exatamente isto o que está acontecendo neste momento em nosso país. Por conta da Covid-19, prefeituras de todo o Brasil estão tendo suas receitas decrescidas de forma galopante. Aquilo que não foi consumido lá atrás, e que por óbvio deixou de ser tributado, está deixado de entrar nos cofres do executivos municipais em 2023, e isto acontecerá também em 2024.
Trata-se de um problema bastante sério para as prefeituras, principalmente diante de um ano eleitoral como o que se avizinha, afinal de contas a máquina administrativa não parou por conta da Covid, e não está parada agora, muito pelo contrário. Todavia, os recursos na atualidade são menores do que os que existiam num passado recente.
O grande dilema dos prefeitos é um só: como enfrentar um ano eleitoral sem dinheiro em caixa, o que significa dizer: sem a realização de obras de impacto, ou até mesmo atrasos com fornecedores. O fato é que quem pensava que a Covid deixaria sequelas somente na saúde das pessoas, se enganou. Os cofres públicos também estão tropicando.
Finais
Partido Liberal está com um projeto nada modesto para 2024. A sigla do governador Jorginho Mello quer eleger, ou reeleger, nada menos do que cem prefeitos ano que vem. Atualmente a legenda conta com 30 chefes de executivos, o que inclui, aqui em nossa região, o prefeito de Meleiro, Eder Mattos, e o de Ermo, Paulo Della Vechia. Se alcançar o objetivo, o PL passaria a ser o maior partido do Estado em número de prefeitos, posição esta ocupada atualmente pelo MDB, legenda que também tem cerca de cem prefeitos, mas que necessariamente perderia muitos comandos de executivos para os liberais. Ainda que tenha 30 prefeitos e queira chegar a cem, o PL não precisaria eleger ou reeleger mais 70. É que a sigla pretende filiar vários outros prefeitos que disputarão a reeleição até março de 2024, podendo chegar na campanha eleitoral com 50 candidatos a prefeitos postulando a reeleição. Aqui na região da Amesc a intenção do partido é eleger ou reeleger, de três a cinco prefeitos.
E a filiação ao PL já começa a render bons frutos para o prefeito de Ermo, Paulo Della Vechia, que trocou o MDB pelo partido no final de maio . Em princípio, o Secretário de Estado da Casa Civil, Estêner Soratto da Silva Júnior, deu garantias ao prefeito que os R$ 3.5 milhões que Ermo tem haver com o Governo do Estado, oriundos da gestão do ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep), deverão ser depositados na conta da prefeitura até o final do ano. Os recursos estão destinados à oito obras: reforma do Centro Administrativo, construção da Casa do Idoso, construção de uma Unidade de Saúde em Morro do Soares, pavimentação de 3,5 quilômetros de uma rodovia na localidade de Campo Verde, construção do Conselho Tutelar, pavimentação de uma rodovia na localidade de Água Branca, asfaltamento da rodovia dos Imigrantes, entre Morro do Ermo e Vista alegre e a pavimentação de uma rodovia na localidade de Garapuvu.