Governador Jorginho Mello (PL) não tem se feito de rogado, e continua passando seu trator de esteira político por cima até mesmo dos partidos aliados. Ontem, ele filiou a prefeita de Içara, Dalvânia Cardoso, ao PL, ela que foi eleita em 2020 pelo Progressistas. Esta é a segunda baixa de grande importância, ao longo do último ano, sofrida pelo partido do deputado José Milton Scheffer no Sul do Estado. A primeira se deu em decorrência da renúncia do prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, depois de sua prisão na Operação Mensageiro.
Mas nem só do Progressistas se alimenta o PL de Joginho Mello. Eleito pelo PTB em 2022, depois da fusão de seu partido com o Patriotas, o deputado Egídio Ferrari estava com tudo encaminhado para se filiar ao MDB, do deputado estadual Tiago Zilli, mas foi cooptado do mesmo modo pelo PL de Jorginho, prova inegável que o governador não tem medo de arriscar, desfalcando os partidos aliados, quando o assunto é o fortalecimento de sua legenda.
Aqui em nossa região, o PL já trouxe para suas fileiras o prefeito de Ermo, Paulo Della Vechia, egresso do MDB, e o vice-prefeito de Balneário Gaivota, Jonatã Coelho, que era filiado ao Republicanos. Líderes do PL também têm conversado com o vice-prefeito de Maracajá, Volnei Rocha (Rep), objetivando sua filiação.
No que diz respeito aos vereadores do Extremo Sul Catarinense, a lista do PL só cresce. A partir da próxima semana, quando será aberta a janela de transferência partidária, sem risco de perda de mandato, deverão se filiar ao PL, por exemplo, o vereador Elizeu Pereira Espíndola, o Colonão, do MDB de Praia Grande, os vereadores Moisés de Melo Réus e Moacyr Oliveira dos Santos Júnior, do PSD de Santa Rosa do Sul, o vereador Adriano Coelho de Jesus, o Adriano Magrão, do PRTB de Sombrio, dentre vários outros espalhados pelos municípios de nossa região.
Jorginho sabe que do resultado das urnas nas eleições municipais deste ano, dependerá o fortalecimento de seu projeto de reeleição em 2026. Por conta disto, literalmente, o governador não tem brincado em serviço.
Finais
- Situação do deputado federal catarinense Jorge Goetten (PL) não está nem um pouco confortável junto a seu partido. O nobre representante do Alto Vale do Itajaí foi o único parlamentar federal filiado ao PL de Santa Catarina que não assinou o pedido de impeachment contra o presidente Lula da Silva (PT), por conta das declarações deste contra Israel, no conflito desencadeado na Faixa de Gaza. Afora isto, Jorge Goetten tem votado de forma favorável na maioria dos projetos enviados pelo Governo Federal à Câmara dos Deputados. Basicamente, ele está integrado a base de apoio do governo Lula, mas, mesmo assim, não abre mão de participar de eventos pró-Bolsonaro, como o que aconteceu no último domingo na Avenida Paulista. Bolsonaro, por sua vez, não quer nem ouvir falar no deputado.
- Tramitação de uma Proposta de Emenda à Constituição defendida pelo deputado federal Marcelo Crivella, do Republicanos do Rio de Janeiro, está sendo acompanhada de perto pelo presidente Lula da Silva (PT), no Congresso Nacional. A PEC em voga objetiva isentar de impostos entidades de qualquer religião, assim como suas organizações assistenciais e beneficentes, a exemplo de creches, orfanatos, asilos, seminários, conventos, monastérios e comunidades terapêuticas. Na prática, se a PEC passar no Congresso, as igrejas e suas ramificações deixarão de pagar impostos no país, como por exemplo o IPTU, ou ainda os impostos que incidem sobre produtos comprados pelas igrejas, como um carro, ou computadores. A base aliada do governo Lula já comprou a ideia, de olho, obviamente, no voto dos evangélicos e dos católicos praticantes.