Pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSD, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, concedeu entrevista coletiva na sexta-feira, em Araranguá, dia que ele também dedicou a convidar lideranças políticas do município para prestigiarem o encontro estadual do partido, que acontece na próxima quinta-feira, em Criciúma.
Em princípio, o prefeito disse que não será candidato de forma incondicional. Ressaltou que seu projeto é o de disputar o governo catarinense, mas que só fará isto se perceber que terá apoio popular para o intento. Questionado sobre a possibilidade de concorrer ao Senado Federal, ressaltou que esta não é sua intenção, e que seu único propósito é o de disputar a governadoria.
Em relação às alianças partidárias para viabilizar seu projeto, João Rodrigues disse contar com apoios em praticamente todos os partidos do Estado. Neste sentido, disse que o União Brasil está fechado com ele, assim como a velha guarda do MDB. Ressaltou ainda que tem recebido manifestação de apoio de líderes do Progressistas, do PSDB e até do PL, partido do governador Jorginho Mello, a quem deverá enfrentar nas urnas no ano que vem.
Em várias ocasiões João Rodrigues fez questão de ressaltar a figura do ex-governador Luiz Henrique da Silveira (MDB), e, neste sentido, buscou enfatizar que seu projeto político é pluripartidário, deixando a entender que caso vença a disputa pelo governo pretende fazer uma gestão com todas as forças políticas do Estado. Sobre o PT, que é seu principal adversário político em Chapecó, o prefeito disse que, como em todo partido, a legenda tem pessoas boas e pessoas não tão boas como aparentam ser. De olho no voto dos petistas no segundo turno da eleição estadual do ano que vem, fez questão de destacar que sua relação com o PT é de divergência ideológica, não de inimizade ou desrespeito.
Em linhas gerais, João Rodrigues deixou bastante claro que pretende construir uma candidatura de coalizão ao Governo do Estado, baseada muito mais no apoio de lideranças políticas do que no apoio de partidos políticos. Ele também não pretende abrir mão do viés bolsonarista em sua campanha, mas se demonstrou simpático ao apoio recebido de líderes políticos do MDB, ligados a esquerda do partido, como também fez questão de ressaltar que não tem nada contra os líderes do PT em Santa Catarina.
Pelo andar da carruagem, João Rodrigues pretende construir uma candidatura pautada no discurso social democrata, se utilizando de sua amizade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como pano de fundo.
Finais
- A situação que envolve João Rodrigues e Jorginho Mello não deixa de ser irônica. Isto porque o prefeito chapecoense sempre foi de direita, e agora está tendo que moderar sua fala de olho no apoio da esquerda catarinense. Por outro lado, o governador Jorginho militou durante 12 anos no PSDB, e até a pré-campanha para governador em 2022, sempre manteve um discurso moderado, evitando embates ideológicos. Enquanto deputado federal, no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), chegou a fazer parte de sua base de apoio, e em 2018 se aliou ao MDB para se eleger senador. Depois disto convergiu gradativamente à direita, onde, notadamente, as ondas são mais alvissareiras em Santa Catarina.
- Vereadora Jussara Mattos (MDB), que teve seu mandato cassado pela Justiça da Comarca de Sombrio, sob a acusação de fraude no preenchimento da cota de gênero de seu partido, na eleição proporcional do ano passado, disse que está tranquila, e confiante que sua situação será revertida no Tribunal Regional Eleitoral. De acordo com ela, a responsabilidade pelo preenchimento do percentual de 30% de mulheres, como candidatas a vereadora por uma legenda, deve ser atribuída ao comando do partido, não aos demais candidatos. Ela também questiona o fato de uma mulher estar sendo penalizada por uma lei que deveria estar a serviço das mulheres.
