Ao puxar para si os holofotes de mais um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o senador catarinense Esperidião Amin (PP) acaba mostrando a fragilidade que circunda o mandato do também senador por Santa Catarina, Jorge Seif (PL). Ainda que também tenha assinado o pedido de impeachment, Seif não tem se manifestado abertamente a este respeito no Senado Federal, o que acaba causando estranheza junto as bases do Partido Liberal, afinal de contas ele deve sua eleição integralmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, por sua vez, tem sido sistematicamente emparedado por Moraes.
O silêncio de Seif, em um palco nacional, tem explicação. Seu mandato é alvo de um processo por suposto abuso de poder econômico, durante sua campanha eleitoral, em 2022. O processo está prestes para ir para julgamento, estando neste momento nas mãos do ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Floriano de Azevedo Marques, que é seu relator. Azevedo Marques, por sua vez, é extremamente ligado a Alexandre de Moraes. Se declarar guerra abertamente a Alexandre de Moraes, muito provavelmente Jorge Seif terá seu mandato interrompido por uma cassação, além de uma pena de oito anos de inelegibilidade.
É neste terreno fértil para seu projeto de reeleição que Esperidião Amin tem surfado, já que ao se projetar contra Alexandre de Moraes ele agrega para si a simpatia dos bolsonaristas de Santa Catarina, muito mais que qualquer outro parlamentar do PL em Brasília, já que somente o Senado pode promover o impeachment de um ministro do STF.
Em que pese a boa retórica do senador Amin na defesa do impeachment de Alexandre de Moraes, ele também está sendo muito pragmático no que diz respeito a esta tese. O senador sabe que caso o PL catarinense lance a deputada federal Carol de Toni e o vereador carioca Carlos Bolsonaro como candidatos ao Senado Federal, sobrará pouco espaço para que outro candidato de direita postule votos, em nosso Estado, objetivando assegurar uma cadeira na Câmara Alta. Como é sabido, a absoluta maioria dos votos da direita e da extrema-direita em Santa Catarina estão vinculados diretamente a figura de Jair Bolsonaro, e, por extensão, ao PL.
O que Esperidião Amin está pretendendo é quebrar esta hegemonia, colocando-se como alguém afinado com o pensamento bolsonarista, na tentativa de amealhar a simpatia deste contingente eleitoral, e, ao mesmo tento, dissuadir o ex-presidente Bolsonaro de sua intenção de lançar seu filho Carlos como candidato a senador por nosso Estado.
No que diz respeito ao PL, nada disto estaria acontecendo se Jorge Seif tivesse liberdade para falar o que pensa. A tese de perseguição a Bolsonaro, aliás, é tudo o que o PL catarinense precisava para ficar na crista da onda em 2026. Contudo, com Seif amordaçado, isto fica difícil.
Finais
Governador Jorginho Mello (PL) e a Secretária de Estado da Educação, Luciane Ceretta, assinaram seis ordens de serviço para obras em escolas estaduais de nossa região, na última sexta-feira à tarde, em Araranguá, na sede da Amesc, a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense. As ordens de serviço dizem respeito a reforma da Escola Irineu Bornhausen, em Sombrio, a construção de uma quadra poliesportiva na Escola Maria Garcia Pessi, em Araranguá, e também a obras de reforma e ampliação das instalações elétricas das Escolas Operária, Otília da Silva Bert e Isabel Hubbe, em Araranguá, e Protásio Joaquim da Cunha, em Sombrio. De acordo com o governador, no total serão investidos R$ 5,8 milhões, no conjunto destas ações no sistema educacional de nossa região. Conforme a secretária Luciane Ceretta, neste momento o Governo do Estado está realizando obras em 150 escolas do Estado, das quais, 90 deverão ser entregues até o final deste ano. A hora parece mais que oportuna para se pedir um Ginásio Municipal para Balneário Gaivota.
Presidente do Progressistas de Sombrio, o bioquímico Cristian da Rosa, diz que seu nome está a disposição do partido para a disputa majoritária de 2028. Em 2020, ele concorreu ao comando da Prefeitura Municipal de Sombrio, ocasião em que foi derrotado pela prefeita eleita, Gislaine Dias da Cunha (MDB), por uma diferença de 785 votos. Em meio a uma verdadeira Guerra Fria protagonizada dentro do partido, Cristian acabou se afastando do processo eleitoral de 2024, ocasião em que o Progressistas optou pela candidatura do então vereador Peri Soares para confrontar o projeto de reeleição de Gislaine Cunha. Por conta de uma série de situações adversas, dentre elas a divulgação de informações dando conta que Peri Soares havia falsificado seu certificado de conclusão do Ensino Médio, Gislaine acabou derrotando o candidato progressista por uma diferença de 1.665 votos. Para 2028, o cenário é bastante claro: Cristian é mais forte que Peri para enfrentar a candidatura a ser apoiada por Gislaine, que por sua vez não poderá disputar uma terceira eleição majoritária.