Mês de março está quase encerrando com três interrogações no meio político aqui do Extremo Sul Catarinense. A primeira diz respeito ao destino que será reservado ao deputado estadual José Milton Scheffer (PP) ano que vem. Ao que tudo indica, o parlamentar deverá concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados, mas a oficialização desta intenção, ou não, só deverá ser anunciada no mês que vem. Zé Milton de fato tem chances de se eleger deputado federal, tanto por conta da força de seu partido no Sul do Estado, quanto pela capilaridade eleitoral que seu nome ganhou ao longo de quatro mandatos na Assembleia Legislativa. A preocupação do parlamentar, no entanto, está ligada a necessidade de uma estrutura de campanha, no mínimo, três vezes maior do que a necessária para disputar a Assembleia. Com o Progressistas sem candidato ao Governo do Estado, como também sem prefeitos nos maiores municípios de nossa mesorregião, uma disputa à Câmara dos Deputados não deixa de ser um risco, principalmente porque os eleitores de direita têm migrado cada vez mais para legendas neo-conservadoras, como é o caso do PL, em detrimento das pretensões de partidos históricos, como é o caso do Progressistas.
Outra interrogação bastante pertinente no meio político, com desdobramentos em nossa região, diz respeito ao futuro político do deputado federal Luiz Fernando Vampiro (MDB).
Há apostas para todos os gostos em relação às suas pretensões em 2026, mas uma, em especial, precisa ser observada com atenção. Ela dá conta que o parlamentar poderá disputar a Assembleia Legislativa ano que vem, ao invés de tentar novamente a Câmara dos Deputados. Se isto de fato se concretizar, o deputado estadual Tiago Zilli (MDB), que já anunciou que disputará a reeleição, precisará ampliar bastante sua base eleitoral, de modo a compensar o inevitável avanço de Vampiro sobre as bases do MDB aqui do Extremo Sul Catarinense.
Finais
- Ministério Público de Santa Catarina deflagrou, ontem, por meio do GEAC e do GAECO uma operação que visa apurar supostas fraudes em licitações realizadas por 46 prefeituras do Estado. Tais licitações teriam sido fraudadas para que uma única empresa de software saísse vencedora dos certames licitatórios. O esquema envolveria pessoas da aludida empresa como também agentes públicos, que, em conluio, estariam realizando processos licitatórios viciados, de modo a impedir a livre concorrência. A assessoria de imprensa do Ministério Público divulgou a relação de todas as prefeituras que seriam alvo de diligências no dia de ontem, e dentre elas constavam as de Araranguá e de Balneário Arroio do Silva. No entanto, nenhuma das duas recebeu a visita do GEAC, do GAECO, ou de qualquer agente ligado ao Ministério Público, o que causou estranheza no meio político e na imprensa da região.
- Vídeo que circula nos grupos de whatsapp mostra uma declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preocupado com a eleição estadual em Santa Catarina, ano que vem. No vídeo, ele diz estar torcendo para que o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), aceite ser candidato ao Senado Federal pelo grupo político que dará apoio ao projeto de reeleição do governador Jorginho Mello (PL). Bolsonaro dá a entender que isto resolveria um problema pessoal seu, já que ele é amigo de longa data de João Rodrigues, e Jorginho será o candidato do PL, seu partido. De acordo com o ex-presidente, caso o prefeito de Chapecó aceite ser candidato ao Senado, a outra vaga da coligação seria destinada a Carol De Toni ou a Júlia Zanatta, ambas deputadas federais pelo PL. Caso João Rodrigues mantenha sua candidatura ao governo, é muito provável que Bolsonaro apenas observe de longe o cenário eleitoral em Santa Catarina ano que vem.