A virada do ano trará novos ares a política catarinense. Tão logo os prefeitos eleitos ou reeleitos, no último dia 6 de outubro, tomem posse, já começarão as especulações com vistas às eleições estaduais de 2026.
Em princípio, três candidaturas ao comando do Executivo estadual já estão para lá de garantidas. A primeira, mais do que natural, é a do governador Jorginho Mello (PL), que postulará um novo mandato, esperando surfar mais uma vez na onda do bolsonarismo. A segunda, antagônica a esta, é a do PT, que provavelmente lançará novamente Décio Lima, atual presidente nacional do Sebrae, como candidato ao governo, a exemplo do que já fez na eleição de 2022. Décio, aliás, foi o primeiro petista a chegar ao segundo turno de uma eleição estadual em Santa Catarina. Com este patrimônio, uma nova candidatura sua será quase uma imposição do PT nacional, que precisará de capilaridade em Estados conservadores como o nosso para sustentar uma nova candidatura presidencial de Lula da Silva (PT).
A terceira candidatura ao Governo do Estado, que já está totalmente esculpida, é a do prefeito reeleito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), que também antagoniza com o PT, por motivos pessoais, e, do mesmo modo que Jorginho Mello, busca se colar ao bolsonarismo. Nas chamadas motociatas promovidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Oeste do Estado, por exemplo, ele sempre foi o piloto da moto, trazendo João Rodrigues em sua garupa. A ligação entre os dois remota à época em que ambos eram deputados federais e partilhavam as mesmas pautas conservadoras no Congresso Nacional.
No que diz respeito às alianças para 2026, o governador Jorginho Mello já explicitou que seu desejo é ter um emedebista como seu vice. Neste sentido, nos bastidores, deixa bastante claro que sua predileção é por uma composição com o deputado estadual Antídio Lunelli (MDB). Jorginho também tem mirado em outros partidos para ampliar sua base de apoio, e o principal deles é o PSDB. É claro que ele também deseja o Progressistas entre seus apoiadores, mas é muito provável que o partido da família Amin se alie a João Rodrigues, indicando seu candidato a vice.
O PT, por sua vez, acabará capitaneando uma coligação com outros partidos de esquerda, como já é tradição. Em Santa Catarina, historicamente a legenda de Lula não consegue ampliar seu leque de alianças, e, por conta disto, o vice de Décio Lima deverá vir de uma legenda como o PSB, o PDT ou o Psol.
O já aludido Progressistas, caminha a passos largos para indicar o vice de João Rodrigues, em grande parte por conta da falta de opções. Dificilmente o partido bancará candidatura própria ao governo, até porque já está provado e reprovado que a legenda não tem mais forças para sequer chegar ao segundo turno de uma eleição estadual em Santa Catarina. O primeiro desejo do Progressistas, por óbvio, seria compor como vice de Jorginho Mello, mas esta vaga já está destinada ao MDB. Ser candidato a vice de João Rodrigues, então, é a segunda melhor opção.
Afora estas candidaturas, como já é tradição no Estado, surgirão outros dois ou três projetos ao Executivo estadual, que, como sempre, morrerão na praia.
Finais
- Prefeito de Meleiro, Eder Mattos (PL), que cumpre seu segundo mandato, diz que se afastará da política para se dedicar exclusivamente à iniciativa privada a partir de janeiro. Com passagem também pelo legislativo municipal, além de uma tentativa de chegar a Assembleia Legislativa em 2014, o prefeito meleirense promete entrar em um período sabático, dedicado apenas aos negócios. Seu nome, no entanto, é lembrado de forma natural para disputar novamente a Assembleia Legislativa em 2026. Em 2022 o PL estadual chegou a apelar para que Eder renunciasse a Prefeitura de Meleiro, objetivando concorrer como candidato a deputado estadual pelo partido, projeto que ele chegou a cogitar, mas não levou adiante. A partir de 2025, sem mandato, fatalmente o governador Jorginho Mello virá a seu encontro, apelando novamente por uma candidatura ao parlamento estadual.
- Além da possível candidatura de Eder Mattos a deputado estadual pelo PL de nossa região em 2026, serão naturais os projetos de reeleição do deputado estadual José Milton Scheffer (PP) e do também deputado estadual Tiago Zilli (MDB). Para dar sustentação ao projeto nacional e estadual, o PT é outra legenda que deverá bancar candidatura ao legislativo catarinense, se ressaltando o nome do presidente municipal do partido em Araranguá, Ozair Banha da Silva, para este embate. Com boas votações nas eleições municipais deste ano, especialmente em Araranguá, o União Brasil e o Republicanos são outras duas legendas que podem lançar candidatos a deputado estadual por nossa região, buscando o fortalecimento aqui no Extremo Sul Catarinense. Também não seria surpresa se emanasse uma candidatura do Novo, de Passo de Torres, ao parlamento catarinense em 2026.