A federação União Progressista, composta pelo União Brasil e pelo Progressistas, deliberou ontem pelo desembarque de seus cargos comissionados do Governo Federal. Com a decisão, o ministro do Turismo, Celso Sabino, do União Brasil, e o do Esporte, André Fufuca, do Progressistas, devem deixar seus cargos. Todos os demais comissionados de segundo e terceiro escalão também deverão deixar seus cargos a disposição do Palácio do Planalto.
A articulação está claramente sintonizada com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal. O comando do União Progressistas sabe que os partidos que estiverem aliados ao presidente Lula da Silva (PT), neste momento, deverão ser severamente penalizados pelo movimento bolsonarista ano que vem. Tudo isto por conta da iminente condenação de Bolsonaro por parte do STF.
Antes que a sentença seja anunciada, o União Progressistas já está pulando fora do barco, o que também deverá ser feito por outros partidos de direita e de centro direita que dão sustentação legislativa ao governo Lula no Congresso Nacional.
A ideia destes partidos é compor uma grande frente política para fazer contrapondo ao projeto de reeleição do presidente Lula em 2026. Em princípio, estão escalados para este grupo o PL, o Republicanos, o União Brasil, o Progressistas e o PSD. O Podemos e o PRD também deverão integrar a falange opositora a Lula, havendo ainda a possibilidade que o Novo siga o mesmo caminho.
Já o presidente Lula deverá alicerçar sua candidatura à reeleição com o apoio do PSB, Cidadania, PDT, PCdoB, PV, PSDB, Solidariedade, Psol, Rede Sustentabilidade e Avante. Por sua vez, para não variar, o MDB continua até o momento acendendo uma vela para cada santo, mas, independentemente do caminho oficial que tomar, a legenda acabará rachando, mais uma vez, diante da eleição presidencial do ano que vem.
A saída do União Progressista da base do governo também deverá aumentar a pressão, no Congresso Nacional, pela colocação em pauta do projeto que objetiva anistiar os acusados pela suposta tentativa de golpe de Estado, cujos processos vêm sendo timonados pelo Supremo Tribunal Federal.
O coro da “anistia já” tem crescido nos corredores do Congresso, e tem sido tratado não só como uma questão política, mas também econômica. É que é cada vez mais consensual a opinião de que com a condenação de Bolsonaro o presidente americano Donald Trump irá impor severas sanções comerciais ao Brasil, podendo gerar desajustes econômicos sem precedentes em nosso país. Por conta disto, anistiar todos os acusados da chamada trama golpista é também anistiar o povo brasileiro das amarras que poderão ser impostas pelo governo americano a nossa economia.
Finais
Partido Novo abriu conversações com figuras próximas a deputada federal Carol de Toni (PL), objetivando saber se ela tem interesse em migrar para a sigla, para disputar uma cadeira no Senado Federal ano que vem. O Novo já lançou o deputado federal Gilson Marques como candidato ao Senado, e agora busca um segundo nome para fazer dobradinha com ele. Carol já disse que não abre mão de disputar o Senado, mas seu partido caminha a passos largos para referendar a candidatura do vereador carioca Carlos Bolsonaro à Câmara Alta por Santa Catarina. Já a segunda vaga do PL seria convertida em espaço para a candidatura à reeleição do senador Esperidião Amin (PP). Caso os partidos de direita em Santa Catarina pulverizem o mercado eleitoral com múltiplas candidaturas ao Senado, a esquerda poderá se permitir sonhar com a eleição de um dos seus para o cargo de senador. Vale lembrar que as múltiplas candidaturas de direita ao Governo do Estado, em 2022, levaram o petista Décio Lima para o segundo turno da eleição catarinense naquele ano.
PL de Araranguá está organizando uma mobilização regional no próximo domingo, dia 7, a partir das 15h, no bairro Cidade Alta, no entroncamento das Avenidas Jorge Lacerda e 7 de Setembro. O principal objetivo é o de solicitar a votação, pelo Congresso Nacional, do projeto de anistia a todos os que estão sendo processados pela chamada trama golpista do final de 2022 e início de 2023. A mobilização não está restrita aos filiados e simpatizantes do partido. De acordo com o comando municipal do PL, a intenção é a de reunir todos os simpatizantes do movimento bolsonarista em torno desta causa, independentemente de sua simpatia partidária. O mesmo formato de mobilização será feito em vários outros municípios do país, propositalmente, no dia 7 de setembro, data em que se comemora a independência do Brasil. Em nossa região, em princípio, Araranguá será o único município em que a mobilização acontecerá. No Sul do Estado também estão previstos atos como este em Criciúma e Tubarão.