As últimas movimentações no cenário político estadual dão conta que o PSD, do pré-candidato ao Governo do Estado, João Rodrigues, poderá sofrer duas baixas ao longo dos próximos meses. O deputado federal Ismael dos Santos, forte liderança ligada ao meio evangélico do Vale do Itajaí, estaria em negociação com o Republicanos, visando disputar a reeleição pela legenda. Na mesma toada, o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, também estaria prestes a deixar o partido.
Tratam-se de dois políticos referenciais no PSD, o que, sem dúvidas, enfraquece o projeto do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, de conquistar a governadoria catarinense. Observe que Topázio Neto já anunciou de ante mão que sequer irá ao encontro estadual do PSD, que acontece hoje à noite em Balneário Camboriú. Evento que deverá contar com lideranças nacionais da legenda, como o governador do Paraná, Ratinho Júnior, que é pré-candidato à Presidência da República pelo partido. Claro, obviamente, que este é um cenário montado para prestigiar o projeto de João Rodrigues, o qual Topázio já disse que não pretende embarcar.
Uma outra liderança que poderá trocar de partido é a deputada federal Carol de Toni (PL). Observe que as pesquisas eleitorais a tem colocado como uma provável futura senadora por Santa Catarina. O PL, no entanto, não deverá abrir espaço para sua candidatura, já que o partido provavelmente irá atender as reivindicações do vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), e do senador Esperidião Amin (PP), destinando as duas vagas de candidaturas ao Senado pela coligação de Jorginho Mello a eles dois. Diante desta situação, é possível que Carol migre para outra legenda de direita para disputar o Senado. A solução para este dilema pontual que acomete o PL catarinense pode vir do Tribunal Superior Eleitoral, que está prestes a julgar o processo de cassação do mandato do senador Jorge Seif (PL), por abuso de poder econômico nas eleições de 2022. Se ele for cassado, será realizada uma eleição suplementar para o cumprimento de seu mandato, com Carol podendo disputar o senado por este espaço, ainda filiada ao PL.
Outro assunto bastante interessante de ser observado diz respeito aos desdobramentos da possível dobradinha entre o governador Jorginho Mello e a senadora Ivete Appel da Silveira (MDB), na disputa pelo Governo do Estado ano que vem. Caso esta dobradinha seja de fato selada, é muito provável que Jorginho convença dona Ivete a renunciar seu mandato para se dedicar a campanha governamental, o que faria com que o atual secretário de Estado dos Portos, Aeroportos e Rodovias, Beto Martins, que é de Imbituba, assumisse o Senado Federal no lugar da senadora, já que ele é seu suplente. Com isto o Sul do Estado voltaria a ter um senador, 23 anos depois do encerramento do mandato de Geraldo Althoff, do PSD de Tubarão.
A renúncia do mandato da senadora Ivete Appel não é de todo impossível. Quando Jorginho Mello assumiu o governo e ela foi convocada para ocupar sua cadeira no Senado, já havia a especulação de que Beto Martins seria quem a ocuparia, por conta da suposta indisposição da senadora de se mudar para Brasília e acompanhar os desdobramentos nacionais na altura de seus 80 anos de idade. Por fim, dona Ivete acabou assumindo o Senado e Beto Martins foi alocado em uma Secretaria de Estado.
Rolando Christian Coelho – Bastidores da política estão pegando fogo em SC
