Longe dos holofotes desde seu fracassado projeto de reeleição, o ex-governador Carlos Moisés da Silva, que ainda está filiado ao Republicanos de Tubarão, planeja voltar a ribalta eleitoral ano que vem, como candidato a deputado federal, ou estadual. É muito provável que tal candidatura, se de fato for levada adiante, não se dê pelo Republicanos, partido que virou um puxadinho do PL do governador Jorginho Mello, com quem Carlos Moisés nutre severa resistência.
O problema do ex-governador Moisés é que ele não tem muitas alternativas de filiação para bancar um projeto a Assembleia Legislativa ou a Câmara Federal. O Republicanos e o PL estão fora de cogitação. O Progressistas já está com seus espaços ocupados no Sul do Estado, a exemplo do PSD. O PSDB corre o risco de sequer conseguir legenda para eleger parlamentares ano que vem. O Podemos, da deputada estadual Paulinha Silva, poderia ser uma alternativa para Carlos Moisés, que teria que concorrer a estadual, já que a parlamentar deverá disputar a Câmara Federal. O problema é que o Podemos também deverá apoiar o projeto de reeleição de Jorginho Mello.
Por seu histórico político, Carlos Moisés teria mais chances de eleição caso se filiasse ao MDB, por onde poderia concorrer ao cargo de deputado federal, já que as vagas de candidaturas a estadual, pelo Sul do Estado, estão todas ocupadas. Em princípio, o MDB deverá estar com Jorginho, mas não seria nenhuma surpresa se declarasse apoio à candidatura de João Rodrigues (PSD) ao Governo do Estado. Seja como for, e independentemente de como será, o fato é que o MDB não estará unido. A chamada esquerda do partido estará com João Rodrigues e a direita com Jorginho Mello. Sendo assim, mesmo que o MDB se aliasse ao atual governador, Carlos Moisés, e outros políticos emedebistas como Eduardo Moreira, Ada de Luca e Ronaldo Benedet, estariam com João Rodrigues.
O grande problema do ex-governador Carlos Moisés é equacionar a questão de sua candidatura a deputado federal pelo MDB do Sul do Estado, levando em conta as outras pretensões que existem neste mesmo sentido. Hoje o caminho está aberto para que o deputado federal em exercício, Luiz Fernando Vampiro, dispute a reeleição pelo partido. Ele, no entanto, tem estudado a possibilidade de se filiar ao PSD para concorrer a Assembleia Legislativa. O ex-deputado Edson Bez de Oliveira, o Edinho Bez, é outro nome disposto a concorrer a federal pelo MDB. Há também propostas para que a deputada federal Geovania de Sá (PSDB), se filie ao MDB com o mesmo propósito.
Isto enseja que antes de qualquer passo a ser dado por Carlos Moisés em direção ao MDB, será preciso equacionar estas questões internas no partido, de modo a não inviabilizar um possível projeto do ex-governador pela legenda. Afora estas possibilidades, há uma dezena de outros partidos que poderiam abrigar a filiação de Carlos Moisés, mas todas elas com altíssimo risco de não eleição, por falta de capilaridade eleitoral. A bem da verdade, a melhor coisa que o ex-governador faria para si próprio, e sua família, seria continuar desfrutando de sua aposentadoria. O fato é que política é para políticos. É que não basta gostar, é preciso saber fazer.
Finais
Deputado estadual José Milton Scheffer (PP) e o prefeito de Balneário Arroio do Silva, Evandro Scaini (PP), farão o lançamento de suas respectivas pré-candidaturas a deputado federal e estadual na próxima sexta-feira, dia 8. O evento deverá acontecer na sede da Aciva, que é a Associação Empresarial do Extremo Sul Catarinense. O projeto federal de Zé Milton começou a ser desenhado após sua quarta vitória consecutiva para a Assembleia Legislativa, em 2022. Já naquela eleição ele teria sido eleito deputado federal, se tivesse disputado tal cargo, se levando em conta o número de votos que recebeu para estadual. Do mesmo modo, Scaini, ao emplacar seu quarto mandato como prefeito, se credenciou automaticamente a disputar a Assembleia Legislativa, buscando manter a vaga atualmente ocupada por Zé Milton.
Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Sombrio, Rafael da Silva Santos, o Rafa Enfermeiro (PL), assume hoje o comando da Prefeitura Municipal, por conta das licenças solicitadas pela prefeita Gislaine Dias da Cunha (MDB) e pelo vice-prefeito Jeriel Isoppo (MDB). Ele permanece como prefeito em exercício até a próxima sexta-feira, dia 8. Em seu lugar, quem assume o comando do legislativo é o vice-presidente da Câmara Jonas Dávila (MDB). Caberá a ele, também, convocar a eleição para a composição da próxima Mesa Diretora da Câmara, já que Rafa Enfermeiro irá renunciar seu mandato de presidente, dia 11, cumprindo acordo firmado entre os sete vereadores de situação. Pelo acordo, cada um dos vereadores de situação assumirá o comando do legislativo por sete meses.