Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, aproveitou o ensejo da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e deu por transitado em julgado o processo que levou a condenação dos envolvidos na chamada trama golpista de 2022. Com isto, Bolsonaro já ficará em definitivo preso, na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, e os demais condenados também passarão a cumprir pena em distintos locais, com exceção do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que cumprirá sua pena em regime semiaberto, por ter colaborado com a justiça ao longo do processo.
Sem Bolsonaro à frente das articulações políticas do PL, e com sua prole envolvida em distintas demandas, o espaço ficou aberto para que o Centrão entre em campo objetivando emplacar seu candidato à Presidência da República. Em princípio, o nome deste grupo para a disputa pelo Palácio do Planalto é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP). Seu substituto imediato é o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), figuram como nomes viáveis para compor como vice em uma chapa presidencial.
Não é de agora que a família Bolsonaro tem sido deixada de lado nas discussões do Centrão. Este grupo político, que comanda o Congresso Nacional e boa parte dos ministérios do governo Lula, não mexeu uma palha para livrar Jair Bolsonaro da cadeia. A tal lei da anistia continua mofando nas gavetas das mesas diretoras da Câmara dos Deputado e do Senado Federal, enquanto o ex-presidente cumpre sua sina. A bem da verdade, a família Bolsonaro também não se ajuda muito. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP), se autoexilou nos Estados Unidos, promovendo uma verdadeira cruzada contra os interesses econômicos do Brasil. Já o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) insiste na tese de ser candidato ao Senado por Santa Catarina, mesmo com grande parte do PL, e da sociedade catarinense, repugnando esta possibilidade. Por sua vez, a ex-primeira dama Michele Bolsonaro está longe de se portar como uma líder política. De quebra, o vereador Renan Bolsonaro, do PL de Balneário Camboriú, não inspira qualquer tipo de confiança ao meio político para um projeto de maior garbo. Quem ainda se salva da família Bolsonaro é o senador carioca Flávio Bolsonaro (PL), que tem tentado reunir forças para disputar a Presidência ano que vem. Muito provavelmente, no entanto, este projeto irá naufragar nos próximos meses.
O fato é que Bolsonaro só chegou à Presidência da República, em 2018, porque o Centrão o viu como um projeto menos pior do que o PT para aquele momento da história política nacional. Em 2026, Centrão não irá querer nem o PT, nem o espólio de Bolsonaro. O Centrão irá querer um dos seus, e o terreno nunca esteve tão fértil para isto.
Finais
- Tribunal Regional Eleitoral determinou que o processo de cassação de mandatos, movido pela coligação Sombrio Acima de Tudo, contra a prefeitura Gislaine Dias da Cunha (MDB) e o vice-prefeito Jeriel Isoppo (MDB), retorne a Justiça Eleitoral da Comarca de Sombrio para a oitiva de testemunhas de defesa. A coligação, que teve como candidato a prefeito o então vereador Peri Soares (PP), pediu a cassação da prefeita e do vice reeleitos ano passado por diversos motivos, dentre eles a realização de um café com a distribuição de prêmios durante a campanha. A Justiça Eleitoral da Comarca não cassou a dupla eleita, mas impôs pagamento de multa.
- A defesa de Gislaine e Jeriel alegou em segunda instância que não houve amplo direito de defesa no processo, na medida em que testemunhas não puderam ser ouvidas. O pleno do Tribunal Regional Eleitoral acatou os argumentos da defesa e determinou que o processo voltasse para a primeira instância. Interessante observar que este é o segundo processo de cassação relativo a Sombrio que é devolvido pelo TRE a Justiça Eleitoral da Comarca. Duas semanas atrás o processo que culminou com a cassação do mandato do vereador Jucimar Custódio, o Bujão (PSDB), pela Justiça Eleitoral da Comarca de Sombrio também foi devolvido a ela pelo TRE, para que seja reiniciado.











