Líderes do Centrão, grupo político composto por partidos como PSD, União Brasil, Progressistas, MDB e Republicanos, têm pressionado para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) abra mão oficialmente de seu projeto de disputar a Presidência da República ano que vem, e anuncie quem será o agraciado com seu apoio.
Mesmo inelegível até 2030, Bolsonaro insiste na tese de que será candidato, a exemplo do que fez o então ex-presidente Lula da Silva (PT), em 2018, quando, já preso, manteve sua candidatura à Presidência, abdicando dela em favor de Fernando Haddad (PT) quando faltavam apenas algumas semanas para a eleição presidencial. A intenção de Lula foi manter seu eleitorado cativo ao projeto do PT, o que acabou não dando certo, tanto é que Bolsonaro foi quem se elegeu presidente.
O que o Centrão quer é que a direita não tenha o mesmo destino. Os principais líderes do grupo que compõem o bloco querem que Bolsonaro anuncie até o final deste ano quem é o seu indicado para concorrer ao comando do Palácio do Planalto, para que, então, seja começado o trabalho que vise o fortalecimento desta candidatura.
Há de se ressaltar que o Centrão já tem o seu nome à Presidência. A maioria dos partidos estão francamente dispostos a apoiar uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, que, por enquanto, diz que seu candidato é Bolsonaro. O Centrão vai mais longe, e diz acreditar que o senador do Piauí, Ciro Nogueira, que é o presidente nacional do Progressistas, ou a senadora Tereza Cristina, também do Progressistas, de Mato Grosso do Sul, são fortes candidatos à vice-presidência. Note que o Centrão quer eliminar categoricamente a família Bolsonaro da majoritária presidencial, ano que vem.
Independentemente da pressão do Centrão, Jair Bolsonaro se mantém inerte. Seu plano “a” é ele próprio. Já os planos “b”, “c” e “d” respondem respectivamente pelos nomes de Michele, Eduardo e Flávio Bolsonaro. Só depois disto é ventilado o nome de Tarcísio de Freitas, e as especulações na família Bolsonaro param por aí.
Vale lembrar que há uma série de outros políticos orbitando este assunto, dentre eles o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), o de Goiás, Ronaldo Caiado (União) e o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Destes três, Ratinho Júnior é o que mais se destaca como uma espécie de reserva, para o caso de nenhum outro nome emplacar.
Ciente que não poderá concorrer à Presidência, o que Bolsonaro quer mesmo é cacifar sua esposa, Michele Bolsonaro como candidata a presidente. Caso ela não emplaque, Eduardo e Flávio também não emplacam, e aí a alternativa seria tê-la como vice de Tarcísio.
Em relação a pressão do Centrão por decidir logo esta situação, muito provavelmente ela não dará em nada. Bolsonaro vai estender este assunto por pelo menos mais um ano, para só então dar seu veredito a respeito da candidatura que irá apoiar em 2026.
Finais
Questionada sobre a possibilidade de fazer dobradinha com o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL), na disputa pelo Senado Federal por Santa Catarina, ano que vem, a deputada federal Carol De Toni (PL) disse que não vê nenhuma objeção neste sentido. De acordo com ela, o que está em jogo é um projeto ideológico entre direita e esquerda, e Carlos seria um legítimo representante da direita. Conforme ela, a indicação de Carlos Bolsonaro como candidato a senador por nosso Estado é um sinal de prestígio do ex-presidente Jair Bolsonaro em Santa Catarina. Tropeçando em suas próprias palavras, Carol De Toni chegou a dizer que Carlos Bolsonaro frequenta anualmente nosso Estado, e que poderia até mesmo vir residir em Santa Catarina enquanto senador.
Ainda em relação aos filhos de Jair Bolsonaro, o ex-presidente planeja lançar seu filho número quatro, Renan Bolsonaro, que é vereador em Balneário Camboriú, como candidato a deputado federal ano que vem, concorrendo pelo PL de Santa Catarina. Em princípio, o PL catarinense vê com bons olhos esta candidatura, pois Renan seria um puxador natural de votos para a chapa proporcional à Câmara dos Deputados, podendo abrir espaço até mesmo para que a legenda elegesse um deputado federal a mais do que tem planejado para 2026. É muito provável que a candidatura de Renan Bolsonaro a deputado federal também influencie na eleição de pelo menos mais um deputado estadual, pelo PL da região de Itajaí, aumentando a representatividade do partido na Assembleia Legislativa catarinense.
