Jantar que o governador Jorginho Mello (PL) teve com a cúpula da federação União Progressistas, na semana passada, foi mais indigesto do que se imaginava, para o comandante do Estado. Em meio as conversações, que se deram com o senador Esperidião Amin (PP), com o deputado federal Fábio Schiochet (União), e com os deputados estaduais da federação, o governador deixou escapar que seu candidato a vice será do MDB ou do PSD. Em outubro o governador havia afirmado a imprensa, em Tubarão, que seu candidato a vice seria do MDB, o que fez com que o partido convergisse seus holofotes para o presidente estadual da legenda, Carlos Chiodini, que é deputado federal licenciado e atualmente ocupa a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.

Na nova fala de Jorginho, por óbvio, gerou reações muito negativas dentro do MDB, o que incluiu uma ameaça de lançamento de candidatura própria ao Governo do Estado ano que vem, o que deixaria o projeto de reeleição do governador em maus lençóis. É claro que caso o objetivo de ter o PSD como seu candidato a vice desse certo, Jorginho Mello desmontaria com o projeto oposicionista que está sendo montado pelo prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que pretende disputar o governo pelo PSD. No entanto, ao cogitar a possibilidade de ter o PSD como seu vice, Jorginho deixa o MDB com a pulga atrás da orelha e sem compromisso moral com seu projeto de reeleição. Lá na frente, se o MDB observar que o projeto do governador corre algum risco, o partido simplesmente poderia abandoná-lo, se aliando a João Rodrigues, sob o pretexto de uma infidelidade original.
A grande verdade é que o jogo que o governador Jorginho Mello está se propondo a jogar é muito perigoso politicamente. Ele está abrindo possibilidades de aliança com todos os partidos, mas sabe que não conseguirá tê-los todos ao seu entorno. Os que forem deixados de lado se unirão inevitavelmente, no mínimo no segundo turno. Se Jorginho já escolhesse seus adversários desde agora, teria mais chances de ir desmontando com eles desde cedo, cooptando oposicionistas, abrindo espaços no governo para descontentes, insuflando dissidências e filiando dissidentes. Em política isto é extremamente trivial, e no Brasil se tornou ainda mais comum depois de 2003, quando o PT assumiu o comando do Governo Federal e o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, começou a colocar em prática os ensinamentos da política moderna.
Finais
- Prefeitura Municipal de Praia Grande anunciou que vai diminuir o repasse que faz mensalmente para o Hospital Nossa Senhora de Fátima. Todos os meses a gestão do prefeito Fanica Machado (PP) vinha repassando R$ 50 mil, valor que passará a ser de R$ 35 mil. De acordo com o presidente do Hospital, Jean Gonçalves, isto poderá fazer com que aqueles pacientes que apresentem menor caso de risco na emergência sejam encaminhados para as Unidades Básicas de Saúde do município, o que, sem dúvidas, constituirá em um grande problema para a população, já que, ao contrário do Nossa Senhora de Fátima, as UBS’s não funcionam no período noturno. É provável que o prefeito Fanica reveja sua posição, cortando outras despesas menos essenciais, para preservar o direito da população de Praia Grande a saúde plena.
- Duas semanas depois de ter vindo ao Sul do Estado, governador Jorginho Mello (PL) retornou a região. Ontem à noite participou da abertura das festividades de natal de Forquilhinha. Hoje passa o dia em Criciúma, onde almoça com empresários e cumpre compromissos políticos e administrativos. Dentre os compromissos administrativos está o repasse de R$ 130 milhões para a Prefeitura de Criciúma, para o investimento em obras. Jorginho sabe que aportar recursos na prefeitura criciumense é malhar em ferro frio, já que o prefeito Wagner Rodrigues (PSD) ainda permanece aliado ao ex-prefeito Clésio Salvaro (PSD), que foi quem o colocou no comando do Executivo Municipal. De todo modo, o governador tenta neutralizar o desencadeamento de opinião contrária a sua gestão no município, o que poderia ser muito prejudicial para seu projeto de reeleição.










