A fala do governador Jorginho Mello (PL), na última sexta-feira, em Tubarão, dando conta que seu candidato a vice, no ano que vem, será do MDB, deixou os corredores da política em polvorosa, durante todo o final de semana; e ontem foi o principal assunto de caserna na Assembleia Legislativa.
Com a assertiva do governador, a questão agora é saber quem será o agraciado com a vaga de vice em sua chapa. O MDB conta com diversos nomes gabaritados para a empreitada, mas, em princípio, as opiniões mais relevantes apontam o deputado federal licenciado, e atual Secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini – que é o presidente estadual do partido – como o nome mais propenso a ser o companheiro de chapa de Jorginho Mello.
O principal aliado de Chiodini nesta empreitada é o deputado estadual Antídio Lunelli, que foi pré-candidato ao Governo do Estado na eleição passada. Sua tese de candidatura própria pelo partido, no entanto, acabou sendo derrotada em convenção, e o MDB acabou indicando o ex-prefeito de Joinville, Udo Döhler, para concorrer como candidato a vice do então governador Carlos Moisés da Silva (REP), com a dupla sequer chegando ao segundo turno da eleição estadual catarinense. Naquela ocasião, um dos poucos emedebistas de expressão que ficou ao lado de Antídio Lunelli foi Carlos Chiodini.
Foi justamente por conta da derrota eleitoral de 2022 que o comando do MDB catarinense deixou de ser exercido pela esquerda do partido, para ser exercido pela direita, através da figura do próprio Chiodini, tendo ele, desta vez, como principal aliado, Antídio Lunelli.
O nome natural do MDB para qualquer composição em 2026 seria o de Antídio, mas o deputado já ressaltou que não pretende disputar a eleição majoritária ano que vem. Com isto, o caminho fica totalmente aberto para Carlos Chiodini, que obviamente irá sofrer uma concorrência interna dentro do partido, por conta de outras pretensões do mesmo gênero. O deputado, no entanto, tem se preparado para este momento desde que confirmou sua reeleição em 2022. O primeiro passo se deu, justamente, com a tomada do comando do MDB catarinense, para que ele pudesse manter uma fina sintonia com as bases do partido em todo o Estado. O segundo passo foi aceitar o comando da Secretaria da Agricultura e Pecuária, o que tem lhe possibilitado transitar livremente por dentro da gestão de Jorginho Mello, estreitando suas relações com o governador.
O campo está bastante fértil para Carlos Chiodini. Ele só precisa, agora, controlar as vaidades alheias, pois em momentos como estes até suplente de vereador se acha no direito de compor uma majoritária estadual.
Finais
Advogado sombriense Mauri Nascimento, que integra a lista sêxtupla do Quinto Constitucional, está convicto que passará no crivo do Tribunal de Justiça, no próximo dia 3 de outubro, e comporá com isto a lista tríplice, que será enviada ao governador Jorginho Mello, para que ele escolha o novo desembargador do Estado. Conforme Mauri, 96 desembargadores votarão na lista sêxtupla, com cada um podendo escolher três nomes, o que totaliza 288 votos. Em princípio, o advogado que receber cerca de 60 votos deverá constar na lista tríplice. Mauri diz que acredita ter, no mínimo, esta quantidade de votos entre os desembargadores, o que elencaria seu nome a estar entre os relacionados a serem enviado para a escolha de Jorginho Mello.
Deputado federal em exercício, Luiz Fernando Vampiro, deverá mesmo permanecer no MDB, por onde concorrerá à Assembleia Legislativa ano que vem. Seu projeto, no entanto, não incluirá o alinhamento com o projeto de reeleição do governador Jorginho Mello, mesmo que o MDB seu vice. Bastante ligado ao presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia, o deputado Vampiro deverá fazer parte do grupo de dissidentes emedebistas que trabalhará pela candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), ao Governo do Estado. Neste mesmo barco estarão lideranças como Paulo Afonso Vieira, Eduardo Moreira, Edson Bez de Oliveira, Ronaldo Benedet e Ada de Luca.