Na manhã de ontem o Gaeco, que é o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, ligado diretamente ao Ministério Público de Santa Catarina, deflagrou a operação Ajuste Prévio, que tem como objetivo investigar um esquema de fraude sistemática em concursos públicos em prefeituras de Santa Catarina, com indícios de favorecimento a candidatos específicos. Várias prefeituras do Estado estão na mira do Gaeco, assim como empresas que têm realizado concursos fraudulentos para beneficiar correligionários e parentes de prefeitos no processo de escolha dos concursos. Este caso lembra bastante a fraude do processo seletivo da Prefeitura de Balneário Gaivota, realizado em 2013, à época da gestão do ex-prefeito Ronaldo Pereira da Silva (PP) e de sua vice, Terrimar Ramos Pereira (PSD). Fraude que levou a condenação de ambos, assim como a perda de seus direitos políticos por oito anos, além de multas e várias outras sanções.
Trata-se, de fato, de uma situação que merece atenção especial do Ministério Público catarinense, assim como volumosa tinta na caneta do judiciário. Comete-se em casos como estes, três crimes, distintos, mas paralelos. O primeiro, e mais grave, é o fato de se concursar pessoas desqualificadas meramente porque são correligionários ou parentes dos chefes do executivo municipal. Fossem, de fato, qualificadas, não precisariam de ajuda para serem concursadas. A mesma lógica serve para os processos seletivos que objetivam a contratação temporária de funcionários municipais, como foi o caso da fraude promovida na gestão do ex-prefeito Ronaldo, em Balneário Gaivota.
O segundo crime, e este de profundo apelo moral, diz respeito ao cerceamento da oportunidade daquelas pessoas que de fato estudaram para passar em um concurso ou em um processo seletivo, e que tiveram este direito tolhido pela prática da fraude. No fim, no lugar dos que se prepararam, são concursados ou contratado temporariamente, pessoas desqualificadas, o que gera um terceiro crime, que é o de depreciar a prestação do serviço público, na medida em que os mais qualificados, por força da fraude, perdem espaço para pessoas que são incapazes de se saírem bem em uma prova.
Finais
- Pesquisa Mapa, divulgada ontem pela Jovem Pan News, agitou os bastidores da política catarinense, com números que mostram um crescimento do governador Jorginho Mello (PL) em relação a levantamentos recentes do gênero. Segundo a Mapa, Jorginho Mello aparece com 56,2% das intenções de votos. Em uma pesquisa anterior, realizada pelo Instituto Real Time Big Data, entre 1º e 5 de dezembro, o governador havia ficado na casa dos 48%. Na pesquisa do Mapa, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), figurou com 17%, enquanto Décio Lima (PT) ficou na casa dos 10,4%. Brancos e nulos somaram 7,6%, e outros 8,8% disseram não saber em quem votar ainda. Na pesquisa espontânea, Jorginho Mello tem 30,6%, João Rodrigues 6,6% e Décio Lima 2,4%, com os indecisos somando 56,3%. A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 8 de dezembro, com 1008 pessoas, e tem margem de erro de 3,5%.
- E uma outra pesquisa, esta focada na eleição presidencial, realizada pela Genial/Quest e divulgada ontem, mostra o presidente Lula da Silva (PT) com 46% das intenções de votos, contra 36% do senador Flávio Bolsonaro (PL), em um confronto de segundo turno entre os dois. Em um embate contra Tarcísio de Freitas (REP), Lula figura com 45% e o governador paulista com 35%. A Genial/Quest também testou os nomes dos governadores do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), de Goiás, Ronaldo Caiado (União) e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em um confronto de segundo turno contra Lula. Contra Ratinho, Lula figura com 45% e o governador paranaense com 35%. Contra Caiado, Lula aparece com 44% e o governador goiano com 33%. Já contra Zema, Lula emplaca 45% e o governador mineiro 33%. A pesquisa foi realizada entre 11 e 14 de dezembro, com 2004 pessoas e tem margem de erro de 2%.











