Faltando apenas um ano para que seja iniciada a campanha eleitoral de 2026, o governador do Estado, Jorginho Mello (PL), tem navegado em águas tranquilas, na medida em que não existe um projeto de oposição consolidado contra sua gestão.
No que diz respeito a eleição propriamente dita, o que vemos é um PSD com um pé no barco do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que é o pré-candidato oficial do partido ao Governo do Estado, e outro pé no barco de Jorginho Mello, buscando espaço em sua majoritária ano que vem. Também vemos um PT, através da pré-candidatura de Décio Lima, nadando contra a correnteza, em um Estado francamente vocacionado ao voto de direita. Este cenário, por óbvio, é excelente para Jorginho Mello.
Além disto, o governador também tem contado com a benevolência da Assembleia Legislativa. Fazia tempo que um chefe do Executivo catarinense não desfrutada de tamanha calmaria no parlamento estadual.
O fato é que Jorginho não tem oposição parlamentar. Dos 40 deputados estaduais, 32 são filiados a partidos que estão dentro da gestão estadual. Outros três são filiados ao PSD, que não está dentro, mas também não está fora de seu governo. Os cinco restantes são filiados ao PT e ao PDT, que, tecnicamente, são os reais opositores ideológicos de Jorginho, mas que não conseguem criar corpo para fazer frente ao seu governo. Na prática, o que vemos são cinco deputados de esquerda tentando desgastar um governo que tem 35 defensores – uma tarefa para lá de inglória.
Por conta disto, casos como o das fraudes no programa Universidade Gratuita, acabam não ganhando um maior volume. O deputado Fabiano da Luz, por exemplo, recém eleito presidente estadual do PT, fez alusão a necessidade da instauração de uma CPI para investigar o programa. O assunto, no entanto, sequer foi discutido de forma mais séria dentro do parlamento estadual por outros parlamentares. Mesmo destino que tiveram temas que objetivavam desgastar o governo de Jorginho Mello ao longo de sua gestão.
Diga-se de passagem, esta situação de conforto não se dá ao acaso. Além dos espaços assegurados aos aliados, o governador não se cansa trazê-los para perto de si. Todos os projetos enviados à Assembleia Legislativa, por exemplo, são objeto de muita discussão com os deputados. Não raro, tais projetos acabam sendo readequados, para que contemplem os interesses do governo e da Assembleia.
O fato é que Jorginho Mello foi parlamentar a vida toda. Passou por Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa, Câmara Federal e pelo Senado. Ele entende como funciona um parlamento e, por conta disto, sabe como articular com parlamentares.
Este modus operandi do governador, por óbvio, traz muitas dificuldades para a oposição, e mais ainda para aqueles que querem ser oposição, mas dependem do governo para manter suas bases eleitorais. Enquanto isto Jorginho nada de braçada, a espera do primeiro corajoso que queira lhe atirar alguma pedra.
Finais
O Progressistas do Extremo Sul de Santa Catarina realizou encontro microrregional na última sexta-feira, em Araranguá. Cerca de 700 pessoas, entre prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças políticas dos municípios da Amesc, ligadas ao partido, participaram do evento, que teve como principal objetivo lançar as pré-candidaturas do prefeito de Balneário Arroio do Silva, Evandro Scaini a deputado estadual, e do deputado estadual José Milton Scheffer a deputado federal. O presidente estadual do partido, Leodegar Tiscoski, destacou a relevância da mobilização e afirmou que poucas regiões do Estado conseguem reunir um contingente tão expressivo em torno de uma ideia comum, ressaltando que o movimento confirma a confiança depositada em duas lideranças que, de acordo com ele, já demonstraram, na prática, potencial para corresponder às necessidades do Extremo Sul de Santa Catarina.
Ex-governador Raimundo Colombo (PSD), se manifestou, pela primeira vez, no último final de semana, em relação às eleições do ano que vem. Em princípio, disse que, depois de doze disputas eleitorais, não pretende mais ser candidato, mas ressaltou que está disposto a participar do processo eleitoral contribuindo de outra forma com seu partido, como por exemplo, sendo coordenador político, ou conselheiro. Em relação a pré-candidatura ao Governo do Estado do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), disse que está afinado com o projeto e pronto para colaborar com o que for necessário para viabilizá-lo. É interessante observar que a manifestação de Colombo foi feita logo após terem sido vinculadas várias matérias políticas na imprensa, dando conta da aproximação do presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD), com o governador Jorginho Mello (PL), sugerindo uma dobradinha majoritária entre os dois.