Prefeito de Balneário Gaivota, Kekinha dos Santos, e o de Santa Rosa do Sul, Almides da Rosa, ambos do PSDB, irão se filiar amanhã no Republicanos, partido que tem em sua presidência estadual o deputado federal Jorge Goetten. A ida dos dois prefeitos para o Republicanos objetiva estreitar relações com Jorginho Mello, já que a legenda é uma espécie de filial do PL do governador, em nível estadual.
O evento de amanhã acontecerá em Balneário Gaivota, na sede do CTG Sul Catarinense, e deve contar com a presença da deputada federal Geovânia de Sá, que também está de malas prontas para migrar do PSDB para o Republicanos, por onde deverá disputar à reeleição. Ela, no entanto, precisa esperar até março do ano que vem, para promover a troca de partido dentro da janela de transferência partidária, sem o risco de perder o mandato por infidelidade a sua legenda de origem. Geovânia, Kekinha e Almides mantêm uma relação política de longa data, e a ida dos três para o Republicanos acabará mantendo de forma natural esta sintonia que já mantinham no PSDB.
Para alicerçar o projeto de reeleição de Geovânia de Sá, o partido deverá lançar pelo menos três candidatos a deputado estadual no Sul do Estado. Em princípio, um deles deverá ser o coordenador regional da legenda aqui no Extremo Sul, o ex-vereador araranguaense Marco Antônio Mota, o Motinha.
O fato dos dois únicos prefeitos do PSDB e nossa região estarem desembarcando do partido não se dá à toa. A legenda tem afundado cada vez mais em nível nacional, e principalmente estadual. Além de Geovânia, que é a única deputada federal do partido, quem também está deixando a legenda é o deputado estadual Vicente Caropreso. Com isto, a representação estadual do PSDB ficará restringida, em breve, ao mandato de Marcos Vieira, o único deputado estadual que restará no ninho tucano. O próprio parlamentar, que é o atual presidente do PSDB catarinense, deverá deixar a legenda, já que suas chances de reeleição serão mínimas se algo de muito novo não acontecer.
Mas, especialmente para Kekinha e Almides, a página em que escreveram suas trajetórias dentro do PSDB já foi virada. O foco agora está na necessidade de fortalecimento do Republicanos, para que o partido não faça feio nas eleições estaduais do ano que vem. Como se sabe, o prestigio de qualquer político é medido pela resposta das urnas. Desta resposta também dependerá seus respectivos projetos para 2028, quando defenderão seus candidatos à sucessão municipal.
Até lá, em princípio a torcida de ambos é para que o governador Jorginho Mello se reeleja, o que facilitaria, e muito, suas vidas junto às prefeituras que comandam.
Finais
Pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Neokamp, entre os dias 22 e 23 de setembro, em 76 municípios catarinenses, aponta que o eleitorado de Santa Catarina mantém uma orientação conservadora e mais próximo da direita no cenário da disputa presidencial de 2026. O levantamento ouviu 1.008 pessoas, com margem de erro de 3,1% e intervalo de confiança de 95%. No cenário de intenção de voto estimulado, o nome do senador carioca Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi testado como candidato a Presidência. De acordo com o levantamento, ele figura com 37,3% das preferências do eleitorado catarinense, enfatizando a tese de que o sobrenome Bolsonaro é muito forte no Estado. Em segundo lugar figura o presidente Lula da Silva (PT) com 21,3%, seguido de perto pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) com 19,4%. Ronaldo Caiado (União), que é governador de Goiás, aparece com 5%. Outros 11,1% não responderam e 5,9% disseram que votarão em branco ou nulo.
Quando Flávio Bolsonaro é substituído pelo nome de Tarcísio de Freitas (Rep) e Ratinho Júnior, os percentuais da direita disparam. O governador de São Paulo registra 60,4% das intenções de votos dos catarinenses, contra 23,4% do presidente Lula. Contra Ratinho Júnior, Lula registra 23,2% e o governador do Paraná 67,4%. O Instituto Neokamp também ouviu os eleitores em relação a eleição para o Senado da República. Quando o eleitor é estimulado a escolher dois candidatos ao Senado, que é o que acontecerá no ano que vem, Carlos Bolsonaro (PL) registra 58,5% das intenções de voto e Carol de Toni (PL) registra 45%. Na terceira colocação vem Décio Lima (PT), com 27,2% e na quarta Esperidião Amin (PP), com 26,1%. A pesquisa também testou o nome de Carlos Chiodini, neste cenário. O emedebista foi o preferido de 10,6% dos eleitores. Os que disseram não saber em quem votar somaram 20,4% e os que disseram que votarão em branco ou nulo somaram 12,1%. Os percentuais somam 200% porque se possibilitou a escolha de dois candidatos.