Meio político vê Décio na disputa pelo 2º turno
Meio político catarinense parece já ter se conformado com a presença do senador Jorginho Mello (PL) no segundo turno da eleição estadual. Com quem se conversa, aqui e acolá, o sentimento é este. A segunda vaga no segundo turno, no entanto, ainda permanece uma incógnita. O governador Carlos Moisés da Silva (Rep), por óbvio, ainda recebe a maioria das apostas quando o tema é este, mas os fantasmas que o assombram são cada vez maiores.
O meio político considera Gean Loureiro (União) como a maior ameaça ao governador. Em linhas gerais, há uma espécie de consenso entre os que estão dentro das campanhas, dando conta que Jorginho deverá enfrentar Carlos Moisés ou Gean Loureiro na segunda etapa da eleição. Ao longo desta semana, no entanto, a figura de Décio Lima (PT) começou a ser citada de forma mais proeminente, algo que até então não vinha acontecendo.
Mais que quaisquer outros, líderes do PT acreditam piamente que Décio Lima passará para a segunda etapa da eleição. O argumento é simples: se Décio fez 13% dos votos em 2018, quando o PT vivia seu pior momento histórico, como não fazer pelo menos 20% ou 25% agora, ainda mais sendo o único candidato ligado diretamente a candidatura presidencial de Lula da Silva (PT)!?
O raciocínio parece bastante simplório, mas tem sentido, já que Jorginho, Carlos Moisés, Gean Loureiro e Esperidião Amin (PT) têm declarado apoio ao projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Se por um lado os votos da direita estão divididos, os da esquerda estariam concentrados, em que pese a presença de outros candidatos deste espectro ideológico no certame eleitoral deste ano em Santa Catarina. Estaria havendo uma espécie de consenso que o voto em Décio seria um voto útil para a esquerda na disputa estadual.
Interessante observar que Esperidião Amin já não vem sendo tão citado como há algumas semanas. Diante de uma disputa extremamente acirrada, os caciques ligados a Carlos Moisés têm cobrado cada vez mais fidelidade de seus parceiros, o que inclui um caminhão de prefeitos, vices e vereadores filiados ao Progressistas e ao PSDB, legendas da coligação de Amin. Teoricamente, a campanha de Amin estaria sendo esvaziada por conta da falta de engajamento de seus próprios correligionários.
Independentemente de quaisquer especulações, o fato é que o pleito estadual deste ano não tem precedentes. Nunca tivemos tantos candidatos com chances de ir para o segundo turno, como também com chances de vencer a disputa pelo governo estadual.
PT quer fazer bandeiraço estadual no sábado
Empolgados com a possibilidade de Décio Lima (PT) ir para o segundo turno da eleição estadual, coordenações regionais do partido estão programando bandeiraços nas principais cidades do Estado para o próximo sábado. A ideia é criar uma espécie de “onda vermelha” em Santa Catarina na véspera da eleição, de modo a criar uma influencia favorável à Décio. Durante toda esta semana, a campanha eleitoral de Décio Lima acentuou sua vinculação à figura do ex-presidente Lula da Silva (PT), que disputa o Palácio do Planalto. Hoje a candidata a vice de Décio, a içarense Bia Vargas (PSB), fará visitas pontuais em nossa região, especialmente em Araranguá e em Sombrio. À tarde ela será entrevistada para o Portal C1, veículo de comunicação do Correio do Sul.
Grupo de Jorginho prefere não enfrentar Gean Loureiro
Coordenação da campanha de Jorginho Mello (PL) ao Governo do Estado não parece preocupada com a possibilidade de enfrentar Carlos Moisés da Silva (Rep), Esperidião Amin (PP) ou Décio Lima (PT) no segundo turno. Em relação a Gean Loureiro (União), no entanto, o cenário já não parece tão confortável. E fica menos confortável ainda diante da possibilidade do encerramento da eleição nacional já no primeiro turno, com uma possível vitória de Lula da Silva (PT). Neste cenário, teríamos Jorginho sem uma veiculação direta com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha nacional, e Gean livre para negociar com gregos e troianos, o que incluiria Moisés, Décio e Amin. Seus negociadores não são fracos: Júlio Garcia, João Rodrigues, Raimundo Colombo e Jorge Bornhausen.