Uma negociação de bastidores dá conta que a deputada Geovânia de Sá (PSDB) poderá permanecer na Câmara Federal caso o senador Jorginho Mello (PL) seja eleito governador do Estado no próximo dia 30. Geovânia não conseguiu se reeleger, já que a federação partidária composta por PSDB e Cidadania não alcançou legenda suficiente para emplacar dois parlamentares federais. A única vaga conquistada pela federação coube a deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania), que vez 130.138 mil votos, contra 84.454 votos de Geovânia. O conjunto de candidatos dos dois partidos teria que ter feito pelo menos mais 50% de votos para a legenda da federação, o que acabaria tirando uma das três vagas conquistadas pelo MDB e a destinando a Geovânia de Sá. Para se ter uma ideia, o terceiro candidato a deputado federal mais votado desta federação foi Fabiano Caitano (PSDB), com apenas 16.995 votos. Os demais fizeram menos de 10 mil votos, com a maioria fazendo menos de 5 mil. Na prática, o que se observou foi uma grande preocupação com a votação de Carmem Zanotto e Geovânia de Sá, mas uma pouca atenção aos demais candidatos do PSDB de do Cidadania, cujos esforços eram fundamentais para que ambas se elegessem.
De todo modo, agora, surge a possibilidade de Geovânia permanecer na Câmara Federal. Em princípio, a intenção de Jorginho é convidar Carmem Zanotto para compor o primeiro escalão de seu governo. Vale lembrar que ela já foi Secretária de Estado da Saúde à época do afastamento do governador Carlos Moisés da Silva (Rep), por conta do processo de impeachment respondido em 2021. Na ocasião, a vice-governadora Daniela Reinehr (PL), que estava no comando do governo, convidou Carmem, que é enfermeira, para ocupar a pasta, deixada 40 dias depois, com a volta de Carlos Moisés ao comando do Estado. As negociações entre Carmem, Geovânia e Jorginho estão bastante avançadas, todavia, primeiro é necessário saber se de fato as urnas corresponderão a expectativa deste grupo político.
Direita terá maioria dos deputados a partir de 2023
Partidos de direita comporão a maioria da Câmara dos Deputados na próxima legislatura. Siglas como o PL, Progressistas, Republicanos, Avante, PSC, Patriota, Novo e PTB terão 223 deputados. Já os sociais-democratas, a exemplo do PSDB, MDB e PSD terão 165. A esquerda, representada por partidos como o PT, PDT PCdoB e Psol terá 125 deputados. No Senado os sociais-democratas terão 36 cadeiras, a direita terá 31 e a esquerda 14. Dentre os eleitos filiados por partidos sociais-democratas há um grande contingente de conservadores e liberais, tanto na Câmara, quanto no Senado Federal, o que leva a quer que, caso o ex-presidente Lula da Silva (PT) seja eleito, dificilmente conseguirá emplacar suas principais pautas de campanha no Congresso Nacional.
No Nordeste, Lula ganhou com quase 13 milhões de votos
No primeiro turno, presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu o ex-presidente Lula da Silva no Sul, Sudeste, Centro-Oeste, praticamente empatou no Norte do Brasil, mas perdeu de lavada no Nordeste. Lula fez 21,7 milhões de votos entre os nordestinos, contra 8,8 milhões de Bolsonaro, uma diferença de quase 13 milhões de votos. Isto é mais do que o dobro da diferença anota em nível nacional entre os dois candidatos, que foi de pouco mais de 6 milhões de votos. Para passar a ter reais chances de vitória, Bolsonaro precisa chegar, no mínimo, a 12 milhões de votos no Nordeste, trabalhando, também, para impedir o avanço de Lula no Sudeste. Lula precisa fazer o contrário. Não deixar Bolsonaro crescer no Nordeste, e avançar, ele próprio, no Sudeste.