Na eleição nacional do ano passado, o presidente eleito Lula da Silva (PT) fez mais votos em 13 Estados da Federação, contra 14 Estados onde o então presidente Jair Bolsonaro (PL) se saiu melhor nas urnas. Na votação nominal em nível nacional, no entanto, Lula foi mais bem votado que Bolsonaro, o que lhe garantiu uma vitória apertada na disputa pelo Palácio do Planalto.
Nos Estados onde Bolsonaro ganhou, também foram eleitos deputados federais e senadores que em sua maioria fizeram campanha contra Lula, isto porque os eleitores optaram em votar em Bolsonaro e em seus candidatos ao Congresso Nacional. A absoluta maioria deles, no entanto, já está tomando café da manhã com o presidente Lula da Silva.
Apenas os deputados federais e senadores de Santa Catarina, Mato Grosso e Rondônia, onde Jair Bolsonaro ganhou as eleições no segundo turno em 2022, permanecem resistentes aos afagos do Palácio do Planalto. Nestes três Estado, a maioria dos parlamentares têm votado contra os projetos de Lula tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado Federal.
Do outro lado da moeda, os deputados federais e senadores dos Estados do Maranhão, Bahia e Piaui são os que mais tem votado a favor do governo. Os parlamentares do Piauí, por exemplo, chegam a votar em mais de 90% dos projetos a favor de Lula. No caso de Santa Catarina, em 67% das vezes os parlamentares votam contra os interesses do Governo Federal. A bancada federal catarinense é composta por seis deputados do PL, três do MDB, dois do PSD, dois do PT, um do PSDB, um do Novo e um do União Brasil. Quem mais vota contra Lula, por óbvio, são os deputados do PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, e, neste sentido, são invariavelmente acompanhados pelo voto do Partido Novo.
Já a favor de Lula estão os deputados do PT, e quase sempre os do PSD. Por suas vezes, os deputados do MDB, PSDB e União Brasil, ora votam com Lula, ora votam contra ele.
No Senado Federal, Santa Catarina tem senadores filiados ao Progressistas, MDB e PL. Quase sempre os três votos são contrários aos interesses do Palácio do Planalto.
Finais
- Todos os olhares do meio político de Santa Catarina estarão voltados para o Tribunal Regional Eleitoral na próxima quinta-feira, 26, por conta do julgamento de um processo movido pelo PSD, que pede a cassação do mandato do senador Jorge Seif (PL), por abuso de poder econômico nas eleições estaduais do ano passado. O PSD é o principal interessado no caso porque caso Seif seja cassado quem assume em seu lugar é o ex-governador Raimundo Colombo (PSD), que também concorreu ao Senado em 2022, ficando na segunda colocação. Vale lembrar que caso haja de fato a cassação, haverá a necessidade de uma nova eleição para que os catarinenses escolham outro senador. Colombo ficaria no exercício da função meramente até que se dê esta nova eleição. Nada impede, no entanto, que ele dispute novamente a mesma vaga. Já Seif estaria fora do certame.
- Ainda que muito se fale, por enquanto o prefeito de Araranguá, César Cesa (MDB), não tem nenhum adversário que tenha se declarado publicamente quanto as suas pretensões de disputar o executivo municipal da Cidade das Avenidas ano que vem. Em princípio, estão sendo encaminhadas tratativas pelo Progressistas e pelo PL, para a composição de uma dobradinha, não necessariamente nesta ordem, com o objetivo de enfrentar César Cesa nas urnas em 2024. As conversações neste sentido, no entanto, parecem mais estagnadas do que em evolução. O PT também parece disposto a concorrer ao executivo municipal de Araranguá, mas do mesmo modo não está se expondo, tampouco apontando nomes para a disputa que se avizinha. Enquanto os adversários parecem se esconder, César Cesa consolida cada vez mais seu projeto de reeleição.