MDB catarinense tem mantido uma relação de cortesia, mas não de amizade profunda com o governador do Estado, Jorginho Mello (PL). É fato que os seis deputados estaduais do partido estão votando a favor do governo na Assembleia Legislativa, até porque a legenda ocupa neste momento a Secretaria de Estado da Infraestrutura. Todavia, o governador não poderá esperar muito mais do que um namoro de verão dos emedebistas.
O partido do falecido governador Luiz Henrique da Silveira quer retomar o Governo do Estado em 2026 e, por conta disto, tem mantido uma aproximação cautelosa da gestão estadual. Quando for o momento, não quer sair do governo com a pecha de ter estado lá meramente para se aproveitar. Não à toa houve bastante resistência de alguns líderes do MDB em fechar com Jorginho, não só da velha guarda, a exemplo dos ex-governadores Paulo Afonso Vieira e Eduardo Moreira, como também na nova guarda, a exemplo do presidente da Assembleia Legislativa, Mauro de Nadal. Mauro, aliás, é um dos nomes do MDB para 2026. Outro é o também deputado estadual Antídio Lunelli, que foi pré-candidato do partido ao governo catarinense ano passado. Sozinho, contra tudo, e contra todos, por pouco não ganhou a convenção do MDB para ser candidato ao governo. Naquele momento o partido achou melhor concorrer como vice do então governador Carlos Moisés da Silva (Rep), num dos piores erros de estratégia já cometidos pelo partido em Santa Catarina.
Para estar robusto em 2026, o MDB precisará passar primeiro pelo crivo de 2024, mas as projeções não são muito boas para o partido. As primeiras análises avaliam que a legenda deverá decrescer em 20% o número de prefeituras, se comparadas a eleição de 2020. Ainda que pareça contraditório, o MDB deveria estar agindo justamente de forma contrária ao governo de Jorginho Mello, buscando uma aproximação cada vez maior, para a ocupação de espaços que pudessem servir aos interesses do partido e das prefeituras comandadas por ele. Poderia estar justamente aí a possibilidade de um real crescimento em 2024, com vistas a retomada do poder estadual em 2026.
Finais
- Presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Araranguá, Luciano Pires (Podemos), juntamente com os vereadores Samuel Nunes, o Samuca (PSD), e Diego Pires (PDT), estão cumprindo agenda nesta semana em Brasília. Além da solicitação de recursos para o município, os parlamentares municipais também têm procurado deputados federais e senadores catarinenses para solicitar apoio ao projeto de fixação da barra do rio Araranguá. De acordo com Luciano, se a barra já tivesse sido fixada, muitas das mazelas causadas pelas fortes chuvas deste mês poderiam ter sido evitadas, a exemplo de alagamentos em regiões ribeirinhas. Os vereadores receberam atenção especial do senador Jorge Seif (PL), que se comprometeu em se irmanar a reivindicação, que, conforme Luciano Pires, é regional, e não apenas do município de Araranguá.
- Presidente Lula da Silva (PT) começou a entregar, ontem à tarde, os anéis de diamante de seu governo aos partidos aliados. Ainda que já tivesse empossado o deputado federal André Fufuca (PP/MA), no Ministério dos Esportes, e o também deputado federal Silvio Costa Filho (Rep/PE) no Ministério dos Portos e Aeroportos, Lula ainda não havia aberto mão de nenhuma joia preciosa de seu governo para partidos bolsonaristas. A quarta-feira, 25, no entanto, foi marcada pela posse do economista Carlos Antônio Vieira Fernandes na presidência da Caixa Econômica Federal. Carlos Fernandes é uma indicação pessoal do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), que, com a manobra, tenta unir o Progressistas no Congresso Nacional em torno do governo Lula. A presidência da CEF é um dos principais cargos do Governo Federal.