O MDB do Sul do Estado poderá ter quatro candidaturas a deputado estadual no ano que vem, o que é um risco para todos os que se dispuserem a disputar o parlamento catarinense pela legenda em 2026.
Uma destas candidaturas é a do deputado Tiago Zilli, que já manifestou seu desejo de disputar a reeleição. A outra vaga, de forma natural, é a do deputado Volnei Weber, que, ao que tudo indica, não pretende postular um novo mandato. Sua decisão, quanto a disputar ou não a eleição do ano que vem, deverá ser anunciada até o final do mês de abril. Para Tiago Zilli, é melhor que Volnei dispute, pois do contrário quem deverá concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa em seu lugar é o ex-prefeito Jorge Luiz Kock, do MDB de Orleans, município que faz parte da região carbonífera. Para Tiago, quanto mais longe um candidato a deputado estadual estiver da Amesc e da Amrec, melhor.
Afora esta situação, há ainda os casos do deputado federal Luiz Fernando Vampiro, e da suplente de deputado federal Ada de Luca. Ambos foram deputados estaduais pelo MDB no mandato compreendido entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2023. Vampiro, que também é suplente, e está na Câmara Federal no lugar do deputado Carlos Chiodini, recém nomeado Secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, já disse que pretende disputar a Assembleia Legislativa em 2026. Sentindo o inchaço de candidaturas pelo MDB no Sul do Estado, ele começou a vislumbrar a possibilidade de concorrer ao parlamento catarinense pelo PSD. Trata-se de uma situação, no entanto, bastante complexa de ser equacionada, por conta das pretensões primárias do deputado Júlio Garcia (PSD).
Além de Vampiro, Ada de Luca também tem demonstrado interesse em disputar novamente a Assembleia Legislativa. Em 2022, ela amargou a terceira suplência do MDB na briga por uma vaga na Câmara Federal. Afora isto, ela e Vampiro acabaram se anulando mutuamente, pois ambos disputaram a Câmara Baixa pelo mesmo partido e pela mesma microrregião.
Caso Vampiro, Ada e Jorge Luiz Kock disputem a Assembleia Legislativa, ano que vem, todos correm o sério risco de não se eleger, pois bateriam na mesma base eleitoral emedebista, com reflexos, também, na candidatura de Tiago Zilli.
Zilli, no entanto, tem muito mais chances de recuperar o prejuízo diante de mais três candidaturas emedebistas pelo Sul do Estado, do que Vampiro, Ada e Kock. É que o campo que ele tem para explorar na região de Criciúma e Tubarão é muito maior do que o campo que seus possíveis adversários internos têm para explorar na região da Amesc.
Finais
- Suplente do MDB na Assembleia Legislativa, Rosi Maldaner abriu mão de assumir uma cadeira no parlamento catarinense no lugar do deputado Emerson Stein, que assumiu na semana passada a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Economia Verde. A vaga, na verdade, pertence ao deputado Jerry Comper, que desde fevereiro de 2023 responde pela Secretaria de Estado da Infraestrutura. Com isto, Emerson, que é o primeiro suplente do MDB, foi alçado a condição de deputado, deixando o cargo na semana passada para integrar o primeiro escalão do governo de Jorginho Mello (PL). O diretório do MDB estadual propôs que a vaga de Jerry Comper fosse ocupada pelos primeiros suplentes do partido, pelo período de três meses cada um. Rosi disse que só assumiria se permanecesse na Assembleia até o início de abril do ano que vem, que é quando Comper voltará a sua atividade parlamentar para disputar a reeleição. Sem acordo com a cúpula emedebista, a esposa de Celso Maldaner declinou da oferta. Agora, quem assumirá em seu lugar é a terceira suplente, Dirce Heiderscheidt.
- O PT nacional começou a discutir a possibilidade do presidente Lula da Silva não disputar à reeleição ano que vem. Prevendo um inevitável confronto entre petistas e bolsonaristas, pela busca dos votos dos brasileiros, o partido quer deixar sobre a mesa de Lula um nome que não provoque tanto dualismo, e que também atraia a classe média, que, em maioria, votou no ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018 e em 2022 por falta de melhor opção. O nome natural para substituir Lula é o do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas com a economia brasileira na sala de emergência, ele é um alvo fácil para a oposição. Recém nomeado para uma cadeira do Supremo Tribunal Federal, o ministro Flávio Dino é outro nome cotado para suceder Lula, assim como o atual ministro da Educação, Camilo Santana. Também ministros de Lula, Alexandre Padilha, da Saúde, Rui Costa, da Casa Civil, e Gleisi Hoffmann, da Articulação Política, estão entre os cotados. Jaques Wagner, líder do governo no Senado, encerra a lista de especulações dentro do PT. Fora do partido, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), é o nome com maior evidência.