O PSD catarinense está fazendo com precisão sua lição de casa. O partido tem conquistado importantes filiações, e está focado em 2024, por óbvio, para ganhar capilaridade com vistas a 2026, quando pretende disputar o Governo do Estado, reunindo reais chances de vitória.
A primeira e mais importante decisão da legenda do deputado estadual Júlio Garcia foi se manter neutro em relação ao governo de Jorginho Mello (PL). Com isto o PSD ganha moral para bancar uma candidatura ao governo estadual, daqui a três anos, ao contrário do MDB, por exemplo, que se quiser trilhar o mesmo caminho terá que se explicar ao eleitor, já que está dentro da gestão estadual. Mesmo que pule fora do governo em 2025, o MDB carregará consigo o estigma de ter participado e apoiado a atual gestão estadual, ficando sem um discurso convincente de cunho oposicionista. Este estigma, por sua vez, o PSD não terá.
É claro que o projeto do PSD não é um mar de rosas, a começar pela necessidade que o partido terá de escolher um nome para disputar o governo catarinense. Esta decisão, por si só, já trará grandes desgastes internos ao partido, por conta da quantidade de propensos postulantes ao comando do Estado em 2026. O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, não saiu do PSDB e se filiou ao PSD à toa. Do mesmo modo, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, também não permaneceu à toa no PSD, ainda que diante do constante assédio de partidos bolsonaristas. Afora eles, há o deputado estadual Napoleão Bernardes, o ex-governador Leonel Pavan, o presidente estadual do partido, Eron Giordani, e por aí afora, todos de olhos bem abertos diante da próxima eleição estadual majoritária. Chegar a um consenso quanto a quem de fato será o representante maior do PSD em 2026 não será tarefa fácil, mas o fato é que o partido, desde agora, já está trabalhando neste caminho, ao contrário da quase totalidade das demais siglas de Santa Catarina. A bem da verdade, este caminho é praticamente o mesmo que o então senador Jorginho Mello trilhou até chegar ao comando do Governo do Estado. Tijolo por tijolo ele construiu as bases necessárias para se posicionar como uma alternativa viável a então gestão do governador Carlos Moisés da Silva (Rep). Depois disto foi só esperar os ventos do bolsonarismo o empurrar para o comando da governadoria catarinense.
Finais
- MDB de Sombrio está organizando ato de confraternização, ostensivo aos partidos aliados, a ser realizado no próximo dia 9 de dezembro. Além da confraternização propriamente dita, o objetivo do evento é o de começar a dar os primeiros passos rumo ao pleito municipal do ano que vem. Com o propósito de reeleger a prefeita Gislaine Dias da Cunha (MDB), o partido convocou o ex-prefeito Zênio Cardoso (MDB) para assumir o comando das articulações políticas da legenda. No mesmo sentido, a prefeita Gislaine também deu posse nesta semana ao ex-vereador Lucas Coelho (MDB), como Chefe de Gabinete da gestão municipal. Todos estes desdobramentos, por óbvio, são uma resposta aos trabalhos que o Progressistas de Sombrio vem fazendo em torno da pré-candidatura do vereador Peri Soares ao executivo municipal.
- Aquisição de kits para higiene bucal, por parte de várias prefeituras do Sul de Santa Catarina, está dando o que falar, e provavelmente culmine com várias ações civis públicas contra os executivos municipais e também contra a empresa fornecedora dos materiais. Em princípio, os tais kits estariam superfaturados, e os processos licitatórios direcionados para que apenas uma empresa pudesse participar. Afora isto, há também a suspeita de que deputados federais participariam do esquema, destinando recursos para as prefeituras, para que estas abrissem licitações já direcionadas. Vários vereadores de oposição já começaram a se articular para solicitar a aberturas de Comissões Parlamentares de Inquérito para investigas os fatos. Trata-se de uma grande pedra nos sapatos de vários prefeitos do Sul do Estado, às vésperas de um ano eleitoral.