Numa virada de mesa surpreendente, o PT catarinense, e seus aliados, conseguiram tirar o governador Carlos Moisés da Silva (Rep) do segundo turno da eleição estadual. A vaga do senador Jorginho Mello (PL) na segunda etapa do pleito eleitoral já era senso comum, mas não faltavam dúvidas em relação a quem ele iria enfrentar. Tudo indicava que o adversário seria o governador Carlos Moisés da Silva (Rep), que acabou sucumbindo na reta final, e ficando fora do certame por menos de 0,5% dos votos.
Jorginho vai para o segundo turno como franco favorito. Restou a ele o melhor de todos os cenários, já que a eleição em nível federal também irá para a segunda etapa, através do embate entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula da Silva (PT). Em um Estado onde Bolsonaro fez 62% dos votos neste primeiro turno, bastará a Jorginho se manter grudado no presidente. Além disto, de forma natural, Jorginho deverá receber o apoio do Progressistas e do PSDB, partidos que apoiavam o projeto de eleição governamental de Esperidião Amin (PP), como também do União Brasil e do PSD, que estavam junto com Gean Loureiro (União). De quebra, o MDB, que cedeu o vice de Carlos Moisés, também deverá se juntar a Jorginho em grande parte, pois sua suplente no senado federal é Ivete Appel Silveira (MDB), viúva do ex-governador Luiz Henrique da Silveira (MDB). Na prática, se for eleito governador, Jorginho deixará sua vaga no Senado com Ivete pelos próximos quatro anos, e o MDB catarinense retomará um assento na Câmara Alta.
A eleição de Jorge Seif (PL) ao Senado Federal também turbina o projeto eleitoral de Jorginho Mello, que ficará totalmente colado do projeto bolsonarista. Para o PT resta a esperança. Talvez, a mesma esperança que acabou levando Décio Lima (PT) para a segunda etapa da eleição.
Zé Milton se reelege e Zilli se elege para a Assembleia
Deputado estadual José Milton Scheffer (PP) conquistou seu quarto mandato na Assembleia Legislativa de forma sequencial, com uma votação surpreendente. Foram 56.585 votos, 45% a mais do que a votação obtida em 2018. A marca, por óbvio, foi conseguida graças a veiculação direta do deputado com o governador Carlos Moisés da Silva (Rep), que lhe rendeu excelentes frutos. O MDB do Extremo Sul Catarinense também retomou sua cadeira na Assembleia Legislativa, através do ex-prefeito de Turvo, Tiago Zilli, que fez 33.733 votos. Nossa região passará a ter novamente dois deputados estaduais. Nenhum candidato a federal por nossa região conseguiu se eleger, mas o Sul do Estado assegurou as eleições de Júlia Zanatta (PL), Daniel Freitas (PL) e Ricardo Guidi (PSD). Por sua vez, a deputada federal Geovânia de Sá (PSDB), que tentava seu terceiro mandato, não conseguiu se reeleger, ficando na primeira suplência da federação partidária composta por PSDB e Cidadania.
Direita deixou marca profunda no 1º Turno em SC
O pleito eleitoral deste ano fez com que Santa Catarina assumisse de fez seu perfil ideológico de direita. Bolsonaro fez 62% dos votos para a Presidência da República. Jorge Seif (PL) foi eleito senador. Jorginho Mello (PL) emplacou 38,61% dos votos, em um cenário com dez candidaturas ao governo. O PL de Bolsonaro elegeu seis dos 16 deputados federais, sem falar na reeleição de Fábio Schiochet (União) e Gilson Marques (Novo), ambos muito próximos do bolsonarismo. Para a Assembleia Legislativa o PL emplacou onze deputado estaduais, ficando com a maior bancada. Afora isto, a maiorias das outras 29 cadeiras também serão ocupadas por deputados de direita, filiados em legendas como o Progressistas, Partido Novo, Republicanos, União Brasil e PTB. Mesmo o MDB, partido com espectro ideológico ligado a social-democracia, engrossará o caldo da direita, através de Antídio Lunelli, um declarado bolsonarista.