Rolando Christian Coelho, 13/07/2022
Situação de Antídio se complica de vez no MDB
Bancada estadual do MDB jogou uma pá de cal nas pretensões do ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, de ser candidato ao Governo do Estado pelo partido. Durante almoço, ontem, em Florianópolis, os nove deputados estaduais da legenda oficializaram apoio à candidatura do ex-prefeito de Joinville, Udo Döehler, como postulante a vice, em chapa a ser encabeçada pelo governador Carlos Moisés da Silva (Rep).
Udo já vinha sendo cotado para a vaga, mas nunca havia se manifestado, pelo menos publicamente, de forma favorável ao projeto. É que ele sempre foi um dos principais entusiastas da candidatura de Antídio ao governo, e fazia parte do grupo que incentivou o então prefeito de Jaraguá do Sul a renunciar seu mandato para disputar a governadoria catarinense. Durante o almoço, no entanto, Udo aceitou a indicação e se colocou a disposição do MDB para a convenção do próximo dia 23.
A decisão de Udo Döehler enfraquece sensivelmente o projeto de Antídio Lunelli, especialmente no Norte do Estado, onde ambos têm suas bases eleitorais. Mesmo com todos os ventos parecendo soprar contra seu projeto, Antídio diz que manterá sua intenção de ser candidato, e irá disputar a convenção, ocasião em que 541 emedebistas de todo o Estado terão que decidir se querem sua candidatura ao governo, ou se preferem que Udo Döehler componha como vice de Carlos Moisés.
Esta votação estará dividida em três grupos: o primeiro, composto por deputados estaduais e federais; o segundo, composto pelos membros do diretório estadual do partido, e o terceiro composto por 458 delegados municipais do MDB. Todas as fichas de Antídio estão apostadas nos delegados.
Em princípio, os delegados dos quase cem municípios que são administrados pelo MDB deverão votar para que Udo seja vice de Carlos Moisés, já que o governador tem disponibilizado muitos recursos para as prefeituras emedebistas.
Na via inversa, no entanto, o governador tem investido muitos recursos em prefeituras que não são comandadas pelo MDB, o que, em tese, prejudica os interesses locais do partido. Sendo assim, ao investir em uma prefeitura comanda pelo Progressistas, por exemplo, o governador estaria beneficiando um adversário do MDB, o que poderia levar o delegado municipal do partido a votar em Antídio na convenção, objetivando derrotar Carlos Moisés.
Há de se ressaltar, no entanto, que são muitas as exceções a esta lógica que beneficiaria Antídio Lunelli. Em Santa Rosa do Sul, por exemplo, o prefeito Almides da Rosa é filiado ao PSDB.
Todavia, o MDB é vice e o delegado do partido irá votar a favor de Udo Döehler. Já em Balneário Gaivota o prefeito Kekinha dos Santos é filiado ao PSDB e seu vice, Jonatã Coelho é filiado ao Republicanos.
O MDB não tem nem o prefeito, nem o vice, mas apoia a atual gestão, e o delegado do partido também deverá a favor de Udo Döehler. Posições como estas deixam a situação de Antídio cada vez mais complicada dentro do partido, levando a crer que sua empreitada, diante da convenção estadual emedebista, não será das mais fáceis.
Prefeito Fanica, do PP, reafirma apoio a Carlos Moisés
Presente no encontro de apoio ao projeto de reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (Rep), que aconteceu em Araranguá na segunda-feira à noite, prefeito de Praia Grande, Fanica Machado, que é filiado ao Progressistas, não se fez de rogado e disse que irá apoiá-lo incondicionalmente.
Questionado sobre o fato do Progressistas também ter candidato ao governo, através de Esperidião Amin, o prefeito disse que não tem como deixar a votar em Carlos Moisés, “por tudo o que ele fez por Praia Grande”.
Dentre os investimentos do governador no município estão a pavimentação da Serra do Faxinal, cuja licitação já foi realizada, e a pavimentação da rodovia que liga Praia Grande até Jacinto Machado, que já está em fase de execução.
Ibama diz que licença do Faxinal sai em 15 dias
Por falar em Serra do Faxinal, ontem o Ibama acenou positivamente pela assinatura e publicação da Licença Ambiental de Instalação (LAI), visando a efetiva pavimentação da rodovia. A obra, orçada em R$ 63 milhões, já está licitada e com os recursos assegurados pelo Governo do Estado, mas ainda não tem licença ambiental para sua execução.
De acordo com o Ibama, dentro de 15 dias toda a burocracia que envolve a licença deverá estar sanada. Para se ter ideia do tamanho da burocracia em que vive o Brasil, a tal licença era para ter sido emitida no dia 31 de julho de 2021. Somente um ano depois é que há a previsão, efetiva, de que isto de fato aconteça.
