Deputado estadual Tiago Zilli diz que o MDB, seu partido, apoiará o projeto de reeleição do governador Jorginho Mello (PL), indicando seu candidato a vice e também ocupando uma das vagas ao Senado Federal pela coligação. De acordo com Tiago, a entrada definitiva do MDB no Governo do Estado acabou por selar este encaminhamento, que vinha sendo construído desde que o deputado estadual Jerry Comper assumiu a Secretaria de Estado da Infraestrutura em fevereiro de 2023.
Ao longo dos últimos dois anos, no entanto, a possível parceria entre o PL e o MDB sofreu vários revezes, e chegou a ficar ameaçada depois que vários deputados emedebistas votaram pela saída do partido do governo de Jorginho Mello, por conta do pouco espaço que a legenda vinha tendo dentro da gestão estadual. Isto, no entanto, foi corrigido nos primeiros meses deste ano, com o governador entregando mais duas Secretarias de Estado e a presidência da Fesporte ao partido.
Com a aliança entre os dois partidos encaminhada, a questão agora é saber qual nome se encaixaria para compor como vice de Jorginho Mello, e qual disputaria o Senado. Neste momento, as três figuras mais emblemáticas do MDB catarinense para uma disputa estadualizada são o deputado federal, e atual Secretario de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, o deputado federal Valdir Cobalchini, o mais votado do partido na eleição de 2022, e o deputado estadual Antídio Lunelli.
Antídio não pode concorrer a cargos federais, como é o caso de uma cadeira no Senado, por que é dono de emissoras de rádio. De acordo com o artigo 54 da Constituição Federal, qualquer pessoa que seja dono de uma concessão pública não pode disputar cargos no Congresso Nacional. Isto o coloca como um possível candidato a vice de Jorginho, já que este é um cargo estadual. Esta vaga, no entanto, também é bastante almejada por Carlos Chiodini, que teria a opção de concorrer ao Senado.
As chances de Valdir Cobalchini se encaixar em uma destas duas vagas também é grande, pois Antídio e Chiodini são do mesmo grupo político dentro do MDB. Por conta disto, é muito provável que apenas um deles dispute a majoritária no ano que vem, com a outra vaga sendo ocupada por outro emedebista de expressão, como é o caso de Valdir Cobalchini.
Finais
- No que diz respeito as eleições proporcionais, Tiago Zilli diz acreditar que o MDB do Sul do Estado deverá ter no ano que vem três candidatos a deputado estadual, e um a federal. De acordo com ele, o candidato a federal do partido deverá ser Luiz Fernando Vampiro, que desde a semana passada está ocupando uma cadeira na Câmara Federal no lugar de Carlos Chiodini, que foi alçado a condição de Secretário de Estado. Conforme Tiago, Vampiro demonstrou potencial de votos em 2022, quando conquistou 59 mil votos, ficando na primeira suplência do MDB à Câmara Federal, ocasião em que lhe faltaram pouco mais de nove mil votos para ser eleito. Sua derrota é atribuída a candidatura de Ada de Luca também a deputada federal pela região de Criciúma, que recebeu 27 mil votos, ficando na terceira suplência do partido. Sem Ada no páreo, provavelmente Vampiro teria sido eleito no lugar do deputado federal Rafael Pezente, com uma ampla margem de votos.
- Ano que vem Ada de Luca não concorrerá à Câmara Federal. Seu projeto é disputar novamente a Assembleia Legislativa. Em princípio, então, o MDB do Sul do Estado teria Tiago Zilli, Ada de Luca e possivelmente Volnei Weber como candidato a deputado estadual. Volnei, no entanto, ainda não decidiu se disputará à reeleição, e sua vaga de candidato poderá ser ocupada pelo ex-prefeito de Orleans, Jorge Luiz Kock. O sucesso, ou não, do conjunto das três candidaturas do MDB do Sul do Estado à Assembleia Legislativa ano que vem está ligado diretamente às pretensões do suplente de deputado estadual Acélio Casagrande. Em 2022, Acélio disputou a Assembleia Legislativa pelo PSDB de Criciúma, e ainda que não tenha sido eleito conquistou 39 mil votos, boa parte deles oriundos de simpatizantes do MDB, seu ex-partido. Por conta disto, parece bem claro que do futuro de Acélio também dependerá o futuro dos postulantes do MDB à Assembleia Legislativa pelo Sul catarinense.