Ontem pela manhã o governador em exercício, Francisco de Oliveira Neto, visitou Praia Grande, ocasião em que conversou com o prefeito Fanica Machado (PP) e outras autoridades locais. O objetivo do encontro, por óbvio, foi discutir o trágico acidente com um balão de turismo de grande porte, ocorrido no sábado pela manhã. Participaram também do encontro, que aconteceu na Prefeitura Municipal, os secretários Estaduais de Saúde, Diogo Demarchi, e de Segurança Pública, Flávio Graff, como também o deputado estadual José Milton Scheffer (PP).
Desde o momento em que soube do ocorrido, o governador em exercício manteve contato direto com o governador Jorginho Mello (PL). Foi decretado um luto oficial de três dias em Santa Catarina, e todas as forças de segurança e de saúde do Estado foram mobilizadas para atender às vítimas e oferecer suporte às famílias afetadas. Diga-se de passagem, a Polícia Científica agiu de forma muito rápida na investigação, realizando trabalhos no local e na identificação das vítimas, tarefa que foi concluída na própria manhã de sábado, com exceção de uma vítima, que por conta da gravidade da carbonização precisou passar por coleta de material para realização de exame de DNA. O episódio trouxe um forte impacto para a cidade, a região e em todo o Estado, e as investigações continuam sob responsabilidade da Polícia Civil. Oliveira Neto destacou que o incidente é uma tragédia que exige apuração profunda para esclarecer as causas.
O secretário de Segurança Pública, Flávio Graff, fez uma atualização sobre o andamento da investigação. Ele informou que a Polícia Civil instaurou um procedimento oficial, que deverá ser concluído dentro de até 30 dias, conforme o disposto na legislação. A equipe de perícia está reunindo todos os pedidos necessários, utilizando recursos tecnológicos avançados, como scanners tridimensionais, para registrar minuciosamente o local e possibilitar revisitas futuras. Segundo Graff, todos os elementos relevantes estão sendo coletados para esclarecer o ocorrido.
O governador em exercício também visitou o Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Praia Grande, onde as vítimas receberam atendimento médico. Ele ressaltou a importância de uma resposta rápida e eficiente em situações de emergência e elogiou a estrutura e a dedicação do sistema de saúde pública do município. Oliveira Neto enfatizou que o acolhimento, a agilidade e o cuidado humanizado foram essenciais para reduzir o sofrimento dos feridos. Ele reforçou ainda o compromisso do Estado em oferecer apoio integral ao município e colocar toda a sua capacidade à disposição para o que for necessário.
Além do piloto, o balão que caiu no sábado transportava 20 pessoas, das quais oito perderam a vida. Entre os feridos, cinco foram atendidos no hospital com lesões leves, os outros sete nada sofreram, mas todos estavam visivelmente muito abalados com o ocorrido. A equipe da unidade hospitalar agiu com prontidão, oferecendo cuidados clínicos e de saúde mental, para todos os acometidos pela tragédia. O diretor da Associação Hospitalar Nossa Senhora de Fátima, Jean Gonçalves, destacou que o atendimento foi integral, buscando garantir o bem-estar de todos os envolvidos.
Finais
- A tragédia em Praia Grande, obviamente, irá reconfigurar a prática do balonismo no município, e provavelmente no Brasil. O ocorrido foi “apenas” mais um degrau da escala de acidentes que já vem acontecendo há muito tempo no município. Vira e mexe e lá estão as redes sociais entupidas de vídeos com balões engalhados em árvores, pessoas com fraturas por conta de quedas, e por aí afora. Notadamente, salvo ledo engano, a prática do balonismo em Praia Grande requer uma regulamentação rígida, que já comece com o impedimento de voos em dias com ventos acima da média, como também a aplicação de uma forte fiscalização da prefeitura em relação aos equipamentos dos balões. Observe que nem a ANAC, que é a Agência Nacional de Aviação Civil, tem regras claras para a prática do balonismo no país. Como sempre, é preciso primeiro que aconteça uma desgraça bem grande, para que depois as autoridades incompetentes se mexam.
- O piloto Elvis Crescêncio, responsável pelo voo de balão que vitimou oito pessoas, não teve sua prisão decretada por homicídio culposo. Ele está em casa, em São João do Sul, sendo acompanhado por uma psicóloga. Ainda no sábado pela manhã, ele prestou depoimento à Polícia Civil, acompanhado do advogado Clóvis Raupp Scheffer. De acordo com Elvis, o incêndio no cesto do balão começou nas imediações onde ficava uma mochila com alguns equipamentos, o que incluía um maçarico portátil, que, possivelmente entrou em combustão. Ele e os passageiros tentaram apagar o fogo utilizando roupas, o que não deu certo. Por conta disto, Elvis baixou o balão até o solo, solicitando que todos os 20 passageiros descessem. Quando 12 desceram, juntamente com ele, o balão voltou a subir rapidamente, chegando a uma altura aproximada de 200 metros, quando incendiou completamente, despencando em queda livre e matando os demais oito passageiros.