Em princípio, está confirmada a vinda do governador Jorginho Mello (PL), no próximo dia 22 de maio, em Araranguá, ocasião em que ele se reunirá com prefeitos de nossa região na sede da Amesc, a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense. A incursão faz parte do programa Santa Catarina Levada à Sério, que tem como principal objetivo a destinação de recursos para prefeituras do Estado, objetivando a aplicação de tais valores especialmente no setor de obras.
Jorginho não anunciará nada de novo. Apenas irá liberar recursos para a execução de demandas, para lá de reprimidas, em nossa região, ainda oriundas da gestão do ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep). Neste sentido, convém observar a morosidade com que o Governo do Estado tem tratado os municípios. Mas isto não é uma primazia de Jorginho. Carlos Moisés manteve o mesmo ritmo letárgico, tanto é que não inaugurou uma obra sequer em nossa região. Raimundo Colombo (PSD) não foi diferente. Anunciava o recurso hoje para liberar o dinheiro dois anos depois. Dos recentes governadores do Estado, a única exceção foi Luiz Henrique da Silveira (MDB), que sempre fez questão de agilizar a entrega de recursos para os municípios. O fato de ter administrado três vezes o maior município de Santa Catarina provavelmente o fez ver que recursos vindos do governo fazem toda a diferença para uma prefeitura, algo que Colombo, que foi prefeito de Lages também em três ocasiões, parece não ter assimilado.
O ato que marcará o dia 22 de maio é meramente a conclusão de parte dos projetos apresentados ao governo catarinense em 2021. Isto não deixa de ser desalentador, pois todo o meio político sabe que o governo catarinense está com seus cofres abarrotados de dinheiro. Para contingenciar tais recursos, Jorginho solicitou adequação de projetos, impôs novas normativas para a liberação e fez o que pode para a situação chegar a este ponto, qual seja, o de efetivar a destinação de verbas para as prefeituras próximo às eleições de 2026.
Do ponto de vista político eleitoral ele não está errado. O jogo sempre foi este no mundo todo. O que se espera, no entanto, é que Santa Catarina seja diferente, simplesmente porque não há a necessidade de passarmos por isto. Se o governo faz questão de enfatizar que somos o melhor Estado do Brasil, e de fato somos, precisamos melhorar nossos exemplos, e isto deveria começar pelo governador.
Finais
Prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), começou a defender publicamente a tese de que seu partido deve compor com o governador Jorginho Mello (PL), apoiando seu projeto de reeleição ano que vem. Como é sabido, em princípio, o PSD deverá ter o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, como candidato ao Governo do Estado em 2026. Topázio, no entanto, acredita que seu partido deva manifestar apoio a Jorginho, postulando a vaga de vice em sua chapa. Para tentar quebrar resistências internas, o prefeito de Florianópolis tem dito que o melhor nome do PSD para compor como vice de Jorginho é o presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia. A indicação não se dá à toa. Júlio é o principal aliado de João Rodrigues dentro do PSD. A intenção é justamente minar o projeto do prefeito de Chapecó. Jorginho Mello, no entanto, parece muito mais disposto a ter um emedebista como seu vice, do que um nome de qualquer outro partido. Neste sentido, ressalta-se o deputado estadual Antídio Lunelli.
O governador Jorginho Mello, aliás, tem trabalhado de forma incansável para eliminar resistências dentro do MDB ao projeto de ter o partido como seu vice ano que vem. Na terça-feira, por exemplo, Jorginho jantou na Casa da Agronômica com deputados do MDB e alguns prefeitos do partido, ocasião em que apenas temas amenos foram tratados. O prefeito de Araranguá, César Cesa (MDB), estava entre os convidados. A intenção é fazer com que todos os prefeitos emedebistas participem de jantares como o desta semana, até o final deste ano, ocasião esta em que o governador tem feito questão de enfatizar que sua gestão está de portas abertas para os aliados. Sob a batuta do Secretário de Estado da Casa Civil, Kennedy Nunes, tais jantares deverão ser ostensivos a outros partidos. Pelo que se observar, Jorginho Mello está muito focado em ter o MDB e o Progressistas como seus principais aliados. Daí para frente, o que vier é lucro.