Deputado estadual José Milton Scheffer (PP) foi sondado pela Casa Civil para assumir a liderança do Governo do Estado na Assembleia Legislativa, papel que já desempenhou à época do governo de Carlos Moisés da Silva (Rep). No início do ano o Progressistas e o PL, do governador Jorginho Mello, compuseram um grupo que tentou emplacar Zé Milton como presidente da Assembleia Legislativa. A iniciativa acabou sendo frustrada por uma articulação desencadeada pelo deputado Júlio Garcia (PSD), que culminou com a eleição do deputado Mauro de Nadal (MDB) para o comando do legislativo catarinense.
Não obstante a isto, o Progressista se manteve aliado ao governo de Jorginho, ocupando espaços dentro da gestão estadual e manifestando apoio ao governador na Assembleia. Por conta das circunstâncias, o convite para que Zé Milton passasse a ser o líder do governo no parlamento catarinense, no lugar do deputado Edilson Massoco (PL), acabou se dando de forma natural.
O deputado sombriense, no entanto, tem outros planos para a esfera política de seu mandato. Ele pretende se dedicar às campanhas municipais do ano que vem, e, para isto, não pode estar preso a um compromisso da envergadura que é representar o governo na Assembleia Legislativa. Há outro ponto crucial que deve ter norteado a decisão de Zé Milton, ainda que ele não fale sobre o assunto. Trata-se da falta de sintonia entre os onze deputados estaduais do PL, que compõem a base primária do governo de Jorginho Mello. O fato é que os deputados do PL não falam a mesma língua, e acabam, em grande parte das vezes, tendo ponto de vistas divergentes da gestão estadual. Isto acaba sendo um fardo para qualquer deputado que represente a gestão estadual na Assembleia Legislativa, pois ele fica em meio ao fogo cruzado entre os interesses de um grupo do legislativo ligado ao executivo, e as iniciativas do próprio executivo.
Por estas e por outras, Zé Milton deverá continuar apenas dando conta de seu mandato, que nos próximos doze meses deverá estar francamente vocacionado a estimular candidaturas municipais do Progressistas em Santa Catarina, mas especialmente no Grande Sul Catarinense.
Finais
- Ainda que alegue o excesso de tarefas que terá durante as campanhas municipais do ano que vem, corre a boca miúda que o deputado estadual José Milton Scheffer não quer assumir a liderança do Governo do Estado na Assembleia Legislativa por conta de suas pretensões de assumir a presidência do Progressistas Estadual em março do ano que vem. O partido está sendo comandado interinamente pelo ex-deputado federal sombriense Leodegar Tiscoski. Em março, no entanto, deverá acontecer a convenção estadual da sigla que elegerá seu novo comando. Zé Milton estaria articulando nos bastidores para emplacar como novo comandante de seu partido em nível estadual, já projetando sua candidatura a deputado federal em 2026. A presidência do Progressista estadual daria notoriedade a este projeto.
- Vice-prefeito de Balneário Gaivota, Jonatã Coelho (Rep), está de malas prontas para ingressar no PL, do governador Jorginho Mello. O convite foi feito pela Coordenação Regional da legenda, e já aceito nos bastidores. Jonatã deverá concorrer novamente como candidato a vice-prefeito na chapa a ser encabeçada pelo projeto de reeleição do prefeito Kekinha dos Santos (PSDB). Já a oposição tem se articulado através do Progressistas, PSD e PDT, com a possibilidade de que o MDB também faça parte deste grupo. A exemplo de 2020, os emedebistas estão divididos em duas alas: uma que apoia Kekinha e outra que pretende fazer oposição a ele. Esta ala oposicionista nutre a expectativa de conseguir o apoio de Progressistas, PSD e PDT para concorrer contra Kekinha ano que vem.