Deputado estadual José Milton Scheffer, que está no decurso de seu quarto mandato pelo Progressistas, na Assembleia Legislativa, tem sido assediado pelo PSD, que postula sua filiação, objetivando lançá-lo como candidato a deputado federal ano que vem.
Com a saída do deputado federal Ricardo Guidi do PSD, para disputar a Prefeitura Municipal de Criciúma pelo PL, no ano passado, o partido acabou ficando à deriva. Em que pese o fato da deputada federal Geovânia de Sá estar prestes a deixar o PSDB para se filiar ao PSD, é notório que sua base eleitoral é suprapartidária, como também é previsível que ela não conseguirá abarcar em seu projeto de reeleição todas as lideranças pessedistas do Sul do Estado. O compromisso do PSD passaria pelo não lançamento de outra candidatura a federal pelo partido que não fosse a de Zé Milton e de Geovânia.
Nada impede que Zé Milton construa um projeto de candidatura a deputado federal pelo Progressistas, mas o partido não tem demonstrado ter força suficiente para assegurar uma vaga na Câmara dos Deputados. Em 2022, mesmo com a candidatura do senador Esperidião Amin (PP) ao Governo do Estado, isto não foi viabilizado. Por outro lado, o PSD tem reais chances de emplacar pelo menos um deputado federal pelo Sul do Estado.
Vale lembrar que a simples filiação de Zé Milton ao PSD, para disputar a Câmara dos Deputados, não é garantia de eleição, ainda mais diante do iminente risco de o Progressistas também lançar candidato a federal. Se isto acontecer, a base eleitoral de Zé Milton ficaria minada, colocando em risco um eventual projeto neste sentido.
E isto não é tão difícil de acontecer. O ex-deputado Jorge Boeira, por exemplo, que está sem filiação partidária, e que já ocupou uma cadeira na Câmara Federal pelo Progressistas, é um dos nomes do Sul do Estado contato para retornar ao cenário político ano que vem. Caso Zé Milton migre para o PSD, nada impediria que Boeira se filiasse ao Progressistas, postulando uma candidatura de deputado federal pelo partido.
O caminho natural do deputado sombriense ano que vem, no entanto, deverá ser a permanência no Progressistas, e a disputa de um quinto mandato pelo partido à Assembleia Legislativa. Sua nova candidatura a estadual também ganharia bastante robustez se Boeira disputasse a Câmara Federal pelo Progressistas.
Finais
- Coordenador regional do Republicanos, ex-vereador de Araranguá Marco Antônio Mota, o Motinha, tem admitido publicamente a possibilidade de disputar a Assembleia Legislativa novamente, a exemplo de 2022. De acordo com ele, a realidade de seu partido em nossa região, neste momento, é bem diferente da que havia no último pleito estadual, quando a legenda não contava com um vereador sequer aqui no Extremo Sul Catarinense. No ano passado o Republicanos elegeu quatro vereadores pelo partido. Motinha, no entanto, ressalta que outros três vereadores foram eleitos por outras legendas, mas com o apoio de lideranças do Republicanos. Por conta disto, ele contabiliza sete vereadores na base de apoio de uma eventual candidatura sua à Assembleia Legislativa. Afora isto, o coordenador também enfatiza que até março de 2026 o Republicanos estará estruturado nos 15 municípios da região, propiciando a estrutura necessária para um projeto regional ao parlamento catarinense.
- Governador Jorginho Mello (PL), participou ontem da abertura do ano legislativo, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Como é praxe, ele fez a leitura da Mensagem do Governador, expediente através do qual o Chefe do Executivo Estadual fala sobre as suas intenções no exercício de sua função para o ano em decurso, como também presta conta do ano que passou. O governador ressaltou o que ele classificou de profundos investimentos no setor viário, de saúde e também na educação catarinense. Enfatizou ainda o reajuste de 21,5% que será dado aos servidores da segurança pública do Estado. Em meio a sua fala, se comprometeu com a transparência na aplicação dos recursos públicos, e reiterou seu compromisso de continuar trabalhando tendo os deputados estaduais como aliados. O governador foi bastante diplomático. Não abordou temas polêmicos, não alfinetou adversários, e tampouco fez alusões às próximas eleições estaduais.