O Samae, Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto, de Araranguá tem desenvolvido várias ações visando incentivar as pessoas a providenciarem ligações residenciais na rede de esgotamento sanitário disponibilizada pela autarquia.
Conforme estimativa do diretor geral do Samae, Jairo do Canto Costa, o Jairinho, aproximadamente 40% da população tem acesso a esta infraestrutura, mas milhares de pessoas ainda não utilizam o serviço. Segundo ele, este procedimento é importante para o correto destino da água, influenciando na preservação do meio ambiente e da saúde pública. “O Samae tem consciência disso, tanto que providenciar as ligações de maneira correta constituem-se em prerrogativa obrigatória para aqueles que desejam fazer adesão ao programa Tarifa Social, por meio da qual, os consumidores de baixa renda, que integram o Cadastro Único, tem possibilidade de conquistar até 50% de desconto no pagamento pelo fornecimento da água”, afirma.
Jairo Costa revela que, desde o início do ano, a autarquia analisa a contratação de uma empresa cuja principal atividade seria fiscalizar a ligação das residências e estabelecimentos comerciais na rede de esgoto. Este procedimento é obrigatório, constando na Lei nº 11.445/07. “A situação tem sido avaliada internamente com o engenheiro sanitarista Everson Casagrande, Polaco, que é responsável pelo setor de Esgotamento Sanitário do Samae. Várias empresas nos apresentaram orçamento para prestar este serviço, que é algo complexo. Nestas propostas, para executar o serviço algumas sugerem utilizar corante biológico, outras usam insufladores de fumaça, técnicas que permitem identificar possíveis descartes de esgoto na rede de drenagem de águas pluviais”, pondera.
O diretor do Samae também salienta que, cada visita para fiscalizar a ligação da residência a rede de esgoto demanda, em média, entre 30 a 40 minutos. “Este trabalho inclui identificação, apresentação dos profissionais, análises e preenchimento de relatórios. A verificação interna de uma residência é fundamental para confirmar se tudo está interligado corretamente, se a canalização dos dejetos do esgoto foi direcionada de forma certa para a rede coletora, se foi instalada a caixa de gordura na saída das pias de cozinha ou de churrasqueiras e se a tubulação da água da chuva está conectada com a galeria de água pluvial”, explica.
Durante a visita, que é feita nas residências, os técnicos examinam a situação da caixa de gordura, adicionam corantes em vasos sanitários, pias, tanques e ralos para identificar o destino do esgoto e da água de chuva. Qualquer anormalidade ou irregularidade encontrada será avisada ao morador e entregue uma notificação para que, em tempo hábil, seja efetuada a correção necessária.
Água e esgoto: o destino correto
Os problemas ocorrem quando as duas redes são interligadas indevidamente. Isso pode ocorrer através de ligações malfeitas ou clandestinas. Imagine o destino de um esgoto despejado incorretamente na rede de drenagem pluvial. Em vez de ser conduzido para a estação de tratamento, o esgoto será lançado diretamente em rios, lagos e mares, poluindo os mananciais.
O oposto também é prejudicial. Quando são as águas residuais da chuva que caem equivocadamente na rede de esgoto, aumentam as chances de extravasamentos, com o retorno do esgoto para as residências. Esse problema causa um enorme transtorno, pois toda a sujeira e mau cheiro do esgoto acabam retornando para dentro de casa, o que não é nada agradável.
Isso acontece porque a tubulação da rede de esgoto foi dimensionada para receber somente o volume de resíduos líquidos gerados pelas residências. A presença da água da chuva, assim, sobrecarrega o sistema de coleta de esgoto e pode até provocar o rompimento das tubulações. Mesmo quando a estrutura consegue suportar o volume excessivo de água, a eficiência do tratamento fica prejudicada porque o esgoto já chega muito diluído.
