A presença de membros da facção criminosa gaúcha “Os Manos” em Sombrio e região, não é recente. Em 2018, o delegado Luís Otávio Pohlmann dava início a uma investigação que culminou em uma grande operação, batizada de Feliz Mano Novo, dois anos depois. Passados mais dois anos, uma nova operação foi posta em prática, e mais uma vez o alvo era um bandido dos Manos.
Não um bandido comum. O homem preso na última terça-feira é, segundo o delegado, o líder da facção, que do Rio Grande do Sul comandava o crime organizado em Sombrio e região. Ele foi preso pela Polícia Civil de Sombrio e pelo Deic do Rio Grande do Sul, na cidade de Sapucaia do Sul.
De acordo com Luís Otávio Pohlmann, o preso liderava o tráfico de drogas da facção e também estaria envolvido em vários homicídios ocorridos em Sombrio entre os anos de 2018 a 2020. Exercia todo esse poder de dentro do presídio gaúcho onde se encontrava, até que conseguiu uma saída temporária e desapareceu.
Agora foi localizado em Sapucaia do Sul, onde na terça-feira foi preso e trazido para Sombrio.
No apartamento dele os policiais encontraram um quilo de cocaína, 300 gramas de escama de cocaína (que depois é preparada para a venda),mais de um quilo de maconha, um revólver calibre 38 e munição.
O delegado explica que na operação de 2020, o líder não foi capturado porque já se encontrava preso. Depois tornou-se foragido, e durante todo este tempo, permaneceu comandando o crime. O criminoso de 32 anos é natural de Sombrio, daí sua ligação com a cidade. Depois foi para o Rio Grande, entrou na facção e continuou agindo na sua cidade natal. “Era nítido o poder que ele tinha. Boa parte dos pontos de tráfico de drogas de Sombrio eram de adolescentes encaminhados por ele do Rio Grande do Sul”, diz o delegado.
Ao prendê-lo novamente esta semana, tanto a polícia catarinense quanto a gaúcha tinham mandado de prisão contra ele. Em princípio, o bandido foi encaminhado ao Presídio Regional de Araranguá, mas pode ser mandado de volta ao estado vizinho. “Ele mesmo nos disse que só no Rio Grande tem uns 40 anos de pena para cumprir. Esta prisão foi resposta que demos ao crime organizado”, afirma o delegado.