Deus, ou a natureza, criou o Homo sapiens. Para que ele se reproduzisse dividiu-o em dois; um homem e uma mulher. Cada um com a sua estrutura física bem definida, a fim de se complementarem. Dotou-os de inteligência e emoções. Na inteligência são iguais. Mas emocionalmente são diferentes. Cada gênero traz consigo características emocionais próprias, compatíveis com o seu sexo. O masculino é mais bruto e o feminino mais delicado. O que era muito útil para constituírem famílias.
Nos primórdios, os perigos que enfrentaram foram terríveis. Era muito difícil sobreviver. A começar pelas condições climáticas que eram extremamente adversas. Era necessário obter abrigos contra as intempéries. Depois vinham as doenças, as feras e o pior de todos inimigos: o próprio homem. A humanidade só conseguiu sobreviver graças à colaboração mútua do conjunto homem/mulher. Cada um cumprindo a sua função, utilizando suas características pessoais.
As necessidades eram básicas. A relação entre ambos era simples. O homem era obrigado a sair da caverna na busca de alimentos (caça e coleta de frutas) e, evidentemente, para proteger a família dos perigos que já enumerei. A mulher, por sua vez, ficava na caverna. Amamentava, cuidava dos filhos e do preparo dos alimentos. Um precisava do outro. Sempre em regime de colaboração mútua.
Com o curso do tempo aquela relação tornou-se complexa. O mundo mudou. A evolução científica e cultural ampliou as necessidades. Vieram as ilusões e os sonhos. Agora não era só sobreviver. Queriam ser felizes. Realizar seus sonhos. É verdade que vida em comum facilita a administração da família e a aquisição de patrimônio. Mas as pessoas não querem só isso. A mulher busca a sua realização profissional e pessoal. Estudar. Trabalhar fora. Com inteligência e compreensão tudo se resolveria. Mas as pessoas não têm mais paciência. Tornaram-se individualistas e imediatistas. Os conflitos são constantes. Os ânimos se exaltam. É claro que ninguém é obrigado a manter um casamento cujo preço seja a infelicidade e o sofrimento.
Agora passou a existir uma fuga da realidade. A televisão e a Internet trouxeram aos lares mensagens de apelo à sensualidade e ao erotismo. A liberalidade sexual é assustadora, desde a descoberta dos modernos métodos anticonceptivos. Os assédios acontecem, são inevitáveis. A carne é fraca. Um dos dois, ou os dois, parte para uma aventura extraconjugal. Não se valoriza mais a história comum de duas vidas. A beleza de uma família. Não pensam no sofrimento e riscos dos filhos ao expô-los a uma nova relação. Poucos se esforçam para salvar o casamento ou relação. Dar-se uma nova oportunidade, quem sabe. Não pensam que os desentendimentos havidos poderão repetir-se na nova união. As pessoas são parecidas. Todas erram.