A primeira vez que eu vi esta palavra que dá título a presente crônica fui correndo ao dicionário. Aliás, coisa que costumo fazer muito seguidamente. O meu caro leitor não precisa fazer o mesmo, pois lhe dou aqui de presente: “Medo, aversão ou hostilidades em relação a pessoas estrangeiras ou desconhecidas”. Dentre os muitos defeitos que a criatura humana tem este é um deles. Alguns o tem com maior, outros com menor, intensidade. Mas muita gente tem.
Além do vinho, que eu sempre gostei, também gosto muito de estudar História. Daí soube que ela acumula inúmeros acontecimentos terríveis, selvagens, desumanos, diabólicos e covardes que muitos povos fizeram, e alguns ainda fazem contra povos estrangeiros em nome de um nacionalismo exacerbado.
Antes que algum leitor mais precipitado saia em defesa do nacionalismo, dizendo que ele precisa existir para que os povos se organizem, já largo na frente, manifestando que concordo em parte. É claro que, assim como as famílias, que formam grupos de pessoas do mesmo sangue e com afinidades íntimas, também, pessoas da mesmo origem, com tradições, cultura e objetivos comuns formam uma nação, a qual, organizada através de um estado, permitirá a sobrevivência e o desenvolvimento desse grupo.
Xenofobia é doença. O que os xenófobos esquecem, porque querem esquecer, é que a organização de um povo em estado deve servir tão somente como forma de fixação em um território, de sobrevivência e de progresso. Não podendo e não devendo, em nome de uma origem, religião ou ideologia, representadas por um símbolo qualquer, ser a razão de ódio, atrocidades ou extermínio de outros povos.
O mais triste é que alguns nacionalistas radicais repelem outras raças em nome de uma religião, ou de um deus qualquer, como se o povo agredido também não tivesse o seu. Ou até mesmo nenhum deus, por que não? Acreditar em deus, ou não, é o direito de cada um. E o pior é que os cidadãos desses países apoiam, pensam e agem em nome de um fanatismo insano, seguindo idéias e orientações de líderes psicopatas.
Que bom seria que toda humanidade se conscientizasse que a espécie humana é uma só, com a mesma estrutura física, mesmas necessidades, mesmas aspirações e até os mesmos sonhos. Uma cor de pele, uma religião, um deus, um sistema político, um clube de futebol ou um idioma diferente nada significa. As fronteiras, os hinos e as bandeiras foram invenções do homem, criadas mais para preservar uma tradição e interesses econômicos do que propriamente fraternos, porque até mesmo dentro de todas as nações o mais forte explora o mais fraco. Dar exemplos aqui seria exagero de minha parte, ante a evidência da história e dos noticiários atuais.