O Progressistas e o União Brasil caminham a passos largos para se unirem através de uma federação partidária. Nas federações, os partidos passam a trabalhar como se fossem um só, todavia, mantêm suas individualidades, diferentemente de uma fusão partidária.
Na terça-feira à noite os caciques das duas legendas aqui em Santa Catarina se reuniram para tratar deste tema, que já vem sendo encaminhado desde o termino da eleição passada, em nível nacional. Com a federação, as duas legendas precisarão ficar unidas pelos próximos quatro anos, período que contempla tanto a eleição municipal do ano que vem, quanto a eleição nacional de 2026. No plano prático, figuras como o senador Esperidião Amin (PP) e o ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (União), por exemplo, precisarão falar a mesma língua, trabalhando suas bases políticas dentro de um mesmo projeto.
Vale lembrar que uma federação partidária é vertical. Sendo assim, em todos os municípios do Brasil as duas legendas precisarão estar unidas e sob os ditames de um comando central.
Em nossa região, há muitas arestas a ser aparadas. Em Sombrio, por exemplo, o Progressistas faz oposição ao governo da prefeita Gislaine Cunha (MDB). Por sua vez, o União Brasil faz parte da base de sustentação de Gislaine. Em 2024, ou ambos estarão com Gislaine, ou ambos estarão contra. Não haverá a possibilidade de divisão. Esta realidade é observada em diversos outros municípios aqui do Extremo Sul catarinense.
Uma das grandes vantagens de uma federação está ligada ao aproveitamento da sobra de votos dos partidos em eleições proporcionais. Neste caso, a sobra de votos do Progressistas, somada a sobra de votos do União Brasil, em uma eleição para vereador, pode resultar na conquista de uma nova cadeira em uma Câmara Municipal, a exemplo de como eram as coligações partidárias, que não existem mais. A grande desvantagem, por sua vez, está na necessidade de se amainar os ânimos nos municípios, já que em vários deles as legendas, objeto da federação, podem estar em campos opostos na atualidade.
Avante também pode entrar na federação PP/União
Confirmada a federação entre Progressistas e União Brasil, o novo grupo político passaria a ter a maior bancada da Câmara Federal, com 108 deputados, nove a mais do que o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem 99, e 27 a mais do que a federação composta por PT, PCdoB e PV, que conta com 81, e da sustentação primária ao presidente Lula da Silva (PT). O Avante também discute a possibilidade de se unir ao Progressistas e ao União Brasil na federação que vem sendo montada. Se isto acontecer, o grupo passaria para 115 deputados federais. O grande problema para o ingresso do Avante está nas disputas regionais. Principalmente no Sudeste, o partido rivaliza ferrenhamente com o União Brasil, situação que acaba causando muitos conflitos de interesse.
Bolsonaro tem o dobre de engajamento que Lula nas redes
Pesquisa realizada em nível nacional da conta que o engajamento dos simpatizantes de direita nas redes sociais é o dobro do que o engajamento dos simpatizantes da esquerda. Na prática, isto significa, por exemplo, que um post falando bem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem duas vezes mais curtidas e citações favoráveis do que um post falando bem do presidente Lula da Silva (PT). A proporção também se mantém quando o assunto é a defesa dos dois líderes. Sempre que se fala mal de Bolsonaro, há duas vezes mais pessoas que defendem ele do que quando se fala mal de Lula. O acesso às redes sociais explica muito desta desproporção. Os simpatizantes de Bolsonaro possuem, pela média, muito mais condições financeiras, e por isto utilizam muito mais a internet.