Dos atuais onze prefeitos de nossa região que podem disputar a reeleição, três ainda não sabem se de fato irão postular um novo mandato neste ano. São eles: o prefeito de Turvo, Sandro Cirimbelli (PP), o prefeito de Morro Grande, Clélio Daniel Olivo, o Kéio (PP), e o prefeito de Passo de Torres, Valmir Rodrigues (PP).
Sandro Cirimbelli vem dando sinais desde o ano passado que não pretende concorrer novamente ao comando do Executivo Municipal. O motivo não teria nada a ver com a política partidária, mas sim com demandas de foro familiar. Dentro do Progressistas, dois nomes são cotados para suceder Cirimbelli: o do presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Samuel Neoti, e o do empresário Vanderlei Januário.
Já em Morro Grande, o prefeito Kéio Olivo permanece no aguardo da manifestação de apoio do MDB e do PSD, partidos que foram seus aliados em 2020, mas que apresentaram cada qual pré-candidatos a prefeito para a disputa executiva deste ano. O MDB dispõe do atual vice-prefeito Juraci Favarin, o Tatim, e o PSD dispõe do ex-prefeito Valdo Rocha para disputar o comando da prefeitura.
A fora estes dois casos, há também a situação do prefeito de Passo de Torres, Valmir Rodrigues. O mercado eleitoral tem posto em dúvida sua pretensão disputar a reeleição. De fato, o cenário interno na política passotorrense não é dos mais favoráveis a um novo mandato para o prefeito progressista, mas ele tem contado com desdobramentos políticos que têm lhe beneficiado. Tais desdobramentos estão ligados diretamente a outras cinco pré-candidaturas a prefeito lançadas em Passo de Torres, respectivamente pelo MDB, PL, PSDB, Partido Novo e PT. O MDB apresentou a pré-candidatura a prefeito de Emerson Cardoso Kijillin, o Fom, o PL a de Antônio Silveira Machado Júnior, o Tonhão, o PSDB a de Eduardo Cardoso, o Dado, o Partido Novo a de Roberto Pereira, e o PT a de Jeferson Gonçalves Martins. Se apenas duas destas pré-candidaturas se confirmarem, a oposição disputará a Prefeitura de Passo de Torres dividida, o que facilita sobremaneira o projeto situacionista de Valmir Rodrigues, caindo por terra a tese de que ele não disputaria um novo mandato. Por ora, Valmir tem se posto acima destas discussões, não se colocando explicitamente na condição de candidato a reeleição, mas dando a entender que poderá disputar um novo mandato.
Destes três casos, o que está mais próximo de, de fato, não se concretizar em um projeto de reeleição, é o do prefeito de Turvo, Sandro Cirimbelli. No caso de Kéio Olivo, em Morro Grande, há uma forte tendência de que ele seja apoiado novamente pelo MDB e pelo PSD, como também há uma forte tendência de que a oposição disputará a Prefeitura de Passo de Torres dividida, reoxigenando a intenção de Valmir Rodrigues de postular um novo mandato.
Finais
- Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, rejeitou recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e manteve sua inelegibilidade por abuso de poder político e econômico. Este recurso se refere a pena imputada a Bolsonaro por conta de suas aparições, na condição de pré-candidato, em atos públicos das comemorações de 7 de Setembro de 2022. Esta pena se soma a outra que também o deixou inelegível até 2030 por conta de o ex-presidente ter se reunido com embaixadores e descredibilizado o sistema eleitoral brasileiro, por suposta possibilidade de fraude em urnas eletrônicas.
- A decisão de Alexandre de Moraes antecipará, em muito, as discussões dentro dos partidos de direita quanto a quem será o sucessor de Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2026. Por enquanto, dois nomes têm se destacado: o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o da ex-primeira dama, Michele Bolsonaro. As eleições municipais deste ano terão papel decisivo neste processo de escolha. Se o PL ganhar capilaridade suficiente para bancar um projeto próprio, Michele deverá ser candidata de forma natural. No entanto, se o partido não se sair tão bem nas urnas, como esperado pela família Bolsonaro, a direita deverá convergir para o nome de Tarcísio de Freitas.