O namoro é o momento mais delicado do amor. O amor envolve muita coisa. É um sentimento mais intenso, profundo. Mas eu não quero falar dele já, mas sim da ternura, que é a essência do namoro. Ah… Quão poucas pessoas sabem o que é ternura. Todo mundo sabe os sentimentos que amor envolve, pois os livros, o teatro, o cinema, as músicas, as novelas, enfim o exploram bastante. Pergunte a um amigo ou a uma pessoa qualquer o que é ternura? Se ela te responder que é carinho, cuidado, proteção, delicadeza, medo de magoar ou medo de machucar a pessoa amada, então, podes ter certeza que estás falando com alguém de muita sensibilidade.
Temos momentos de ternura também fora do namoro e muitas vezes nem nos apercebemos, porque ela é espontânea. Às vezes olhamos embevecidos para um botão de rosa, numa manhã de sol, ainda ornamentado por gotas de orvalho do sereno da madrugada. Nesses momentos procuro não tocá-la. Evito até de passar muito perto da flor, com receio de bater nela, o que provocaria a queda de alguma pétala ou de algumas gotas do orvalho que a enfeitam.
Quando eu vejo uma criança de tenra idade no colo de sua mãe, eu olho para ambas e me comovo. Às vezes, juro, tenho que disfarçar para não chorar. Não te disseram ainda que eu sou meio maluco? Pois é. Mas eu só olho aquela cena e sorrio. Ah! Tenho medo de que qualquer gesto meu estrague aquele momento sublime. Pegar criancinha no colo, nem pensar, pois tenho medo de machucá-la ao pegá-la de mau jeito. Outros modelos de ternura deixo por conta da tua criatividade e sensibilidade.
Neste dia 12 de junho, tivemos o Dia dos Namorados. Foi por isto que eu enveredei por este assunto. Já deves ter ouvido pessoas dizerem que isso é frescura, que é coisa do comércio, para vender mais. Tudo bem… Até pode ser. Mas quem sabe também é uma boa ocasião para lembrarmo-nos de que existe dentro de todos nós algum resquício de ternura. Talvez jogada, esquecida, empoeirada, num canto qualquer das nossas mentes e dos nossos corações.
O principal sentimento que une os namorados não é o amor nem a paixão, mas sim a ternura, que vem a ser aquela vontade de estar presente, juntos, proteger, ver e ouvir um ao outro. Enfim, fazê-lo sorrir, ou chorar junto quando o outro chora. Quando temos ternura por alguém já sabemos o que este sente e o que quer, antes mesmo de se expressar. Namorados ficam juntos e não precisam se falar. Às vezes, um olha para a cara do outro e riem por nada. As carícias mais suaves os transportam para o mais inimaginável mundo de sonhos e de fantasias. Se existe alguém para quem tu tenhas este sentimento, és uma pessoa feliz, podes crer. Agora, se essa pessoa também sente o mesmo por ti, aí então, meu irmão, minha irmã, és a pessoa, mas feliz do Universo… E talvez nem saibas.