A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (14/8) que a mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, foi reclassificada como uma emergência de saúde pública internacional. A decisão vem após um aumento significativo no número de casos e mortes associados a uma nova variante, a 1b, que está circulando principalmente na República Democrática do Congo (RDC).
A nova cepa do vírus apresenta uma taxa de letalidade alarmante de até 10%, em contraste com a variante que circulou em 2022, que tinha uma taxa de mortalidade de apenas 1%. No Brasil, o surto de 2022 levou o país a ser o segundo com mais casos acumulados, atrás apenas dos Estados Unidos. A situação foi controlada com o uso de vacinas contra a varíola, que também se mostraram eficazes contra a mpox.
Sintomas e Transmissão da Mpox
A mpox se manifesta principalmente por erupções cutâneas e adenomegalia (inchaço dos linfonodos). Os sintomas adicionais podem incluir febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza. As lesões na pele variam de planas a levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, e podem eventualmente formar crostas. Essas lesões geralmente aparecem de um a três dias após o início da febre, embora possam surgir antes.
O período de incubação da doença varia entre três e 16 dias, podendo se estender até 21 dias. A transmissão ocorre através de contato próximo e físico, como toque, beijo ou relações sexuais, além de materiais contaminados como lençóis e roupas.
Medidas de Prevenção e Diagnóstico
Em caso de suspeita de contágio, o Ministério da Saúde recomenda que o paciente procure uma unidade de saúde para avaliação imediata. É fundamental informar se houve contato próximo com alguém suspeito ou confirmado de infecção. Se a infecção for confirmada, o isolamento do paciente é essencial para evitar a propagação do vírus.
Decisão da OMS e Medidas Internacionais
A OMS tomou a decisão de declarar a mpox como uma emergência de saúde pública global após a análise do aumento de casos fora da RDC, onde a infecção tem se intensificado há mais de dois anos. A nova cepa mais mortal chegou a quatro províncias não afetadas anteriormente, levantando preocupações sobre a expansão do surto.
Apesar de a nova cepa ainda não ter sido registrada fora da África, as autoridades temem que a situação possa se agravar globalmente, como ocorreu com a variante anterior. A OMS está intensificando esforços para reunir vacinas e testes, aumentar a vigilância na região central da África e prevenir a disseminação global do vírus.
Projeções e Recursos
A produção atual de vacinas contra a mpox é limitada, e a OMS estima que poderá disponibilizar apenas um milhão de doses até o final do ano, o que pode ser insuficiente para imunizar todos os indivíduos em risco. O alerta da OMS visa mobilizar mais recursos e incentivar a produção adicional de vacinas para enfrentar a emergência global.
A OMS e os especialistas em saúde pública continuam a monitorar a situação e a promover medidas de prevenção para controlar o surto e proteger a saúde pública mundial.