Quem diria, hein? Eu, quase 50 anos. Quando paro pra pensar, às vezes acho que isso aqui é uma grande pegadinha do destino. É que, vamos combinar, há não muito tempo, eu estava meio convencido de que esse número redondo não chegaria para mim. Afinal, depois do câncer, de incontáveis cirurgias e de tantas vezes flertar com o “quase” da vida, quase 50 parecia tão… improvável. Mas, aqui estou! De pé (bom, nem sempre), vivo (ufa!) e com histórias que dariam um bom livro de suspense com pitadas de comédia — porque, sejamos todos francos, tem coisa que só rindo mesmo.
Eu, que pensei várias vezes em escrever meu testamento (quem ficaria com meu sapato de palhaço?), hoje me pego falando de aniversário! E se isso não é milagre, o que mais pode ser? Já passei por tanta coisa que me senti uma daqueles personagens do Pitfall, de games antigos, que perdem vida mas sempre conseguem uma vida extra para prosseguir com a aventura. No meu caso, a nova vida tem nome e sobrenome: fé. “Até aqui nos ajudou o Senhor.” Nunca essa frase fez tanto sentido.
Aí eu me pergunto: o que aprendi nessa montanha-russa de emoções, cirurgias, hospitais, curativos e sustos? Primeiro, que o corpo humano tem mais reviravoltas que o mais surpreendente dos filmes. Segundo, que rir de si mesmo é um superpoder. E terceiro, que chegar aos quase 50 é um privilégio, especialmente depois de tanto “quase”. Quase fiquei, quase não voltei, quase…
Agora, o desafio é aprender a contar as bênçãos ao invés dos pontos de cicatriz. E olha, as bênçãos são muitas! A vida vai seguindo, meio torta, com alguns sustos, mas cheia de beleza nas pequenas coisas. Como essa: estou completando quase 50 anos! Quem diria?
Pois então: GRATIDÃO À VIDA!!!