O novo secretário de Agricultura, Pesca e Pecuária de Araranguá, André Bertoncini Zanette, concedeu entrevista ao programa Estúdio 95, da Rádio Araranguá, apresentado por Lucas Casagrande. Durante a conversa, ele destacou os desafios da nova pasta e garantiu que continuará auxiliando em demandas importantes da Secretaria de Obras, onde anteriormente atuava como secretário adjunto. Entre os projetos de grande impacto, Zanette detalhou o andamento da aguardada construção da quarta ponte, que ligará Balneário Ilhas ao Morro dos Conventos, uma obra esperada há 40 anos.
Projeto revisado e atualizado
Segundo Zanette, o projeto da ponte passou por uma revisão completa a pedido do prefeito César Cesa. “O projeto já existia, mas apresentava erros e inconsistências que precisavam ser corrigidos. Trabalhamos intensamente por duas semanas nessa revisão e solicitamos ao projetista que refizesse alguns pontos essenciais, como as cabeceiras, que sequer estavam contempladas no projeto original. Além disso, não havia previsão de iluminação e existia um problema estrutural que impossibilitava o lançamento das vigas no rio”, explicou.
O engenheiro destacou que a adequação do projeto exigiu um investimento adicional significativo. “Corrigir essas falhas e incluir os itens necessários para execução da obra deve custar cerca de R$ 2 milhões”, acrescentou.
Lançamento das vigas: principal desafio superado
Um dos maiores entraves identificados foi o método de lançamento das vigas da ponte. O projeto original previa um sistema inviável, considerando a largura do rio e as limitações dos equipamentos disponíveis. “A solução encontrada foi a utilização de um sistema de lançamento por treliça, que permite posicionar as vigas sem depender exclusivamente de guindastes”, esclareceu Zanette. Com a atualização, o orçamento foi ajustado e o projeto está na fase final, devendo ser encaminhado ao governo do Estado nos próximos dias.
Relembre o caso
Em junho de 2020, o então governador Carlos Moisés assinou um convênio com a Prefeitura de Araranguá para a construção da ponte e a pavimentação dos acessos, totalizando um investimento de R$ 18,5 milhões, incluindo a contrapartida do município. No entanto, problemas no projeto original acabaram atrasando a obra, gerando desafios para a atual administração municipal.
Agora, com as revisões concluídas, estima-se que o custo final da obra ultrapasse os R$ 25 milhões. “O projeto existente possuía muitas falhas, inclusive na planilha orçamentária, o que impossibilitava sua execução”, afirmou Zanette.
Aproveitamento de materiais e integração das cabeceiras
Uma boa notícia é que as vigas já adquiridas serão reaproveitadas. “O projetista fez uma análise e confirmou que as 25 vigas existentes estão em perfeitas condições de uso. No total, serão necessárias mais dez vigas, que serão produzidas conforme a necessidade”, destacou o engenheiro.
Outro aspecto essencial da obra é a construção das cabeceiras, que envolvem trabalhos de terraplanagem e geotecnia. “O ideal é que sejam licitadas junto com a ponte, pois uma parte depende da outra. O projeto prevê um sistema de muro armado para garantir estabilidade”, explicou Zanette.
A expectativa é que a construção leve pelo menos dois anos, dependendo dos repasses do governo estadual ao longo do período. “O planejamento está bem estruturado, mas tudo depende do fluxo de recursos para que a obra não sofra novas interrupções”, concluiu o secretário.