O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), informou nesta quinta-feira (7) que não dará andamento ao pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes apresentado por parlamentares.
O anúncio foi feito após dois dias em que o plenário permaneceu ocupado por senadores da oposição, entre terça (5) e quarta-feira (6), o que impediu a realização de votações. O ato ocorreu após a decisão judicial que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na noite de quarta, Alcolumbre reuniu-se com líderes partidários em sua residência oficial. Segundo relatos, ele afirmou que, de acordo com o regimento interno do Senado, a abertura de processo contra ministro do STF é prerrogativa exclusiva da presidência da Casa, independentemente do número de assinaturas reunidas.
Os autores do pedido de impeachment informaram ter obtido 41 assinaturas de senadores, número que representa a maioria absoluta dos 81 membros do Senado. A última adesão foi a do senador Laércio Oliveira (PP-SE).
Alguns parlamentares que assinaram o pedido participaram das reuniões com Alcolumbre e defenderam o encerramento da ocupação. O presidente do Senado condicionou a retomada das votações à liberação do plenário.
Na manhã desta quinta-feira, após reunião no gabinete da senadora Tereza Cristina (PP-MS), os senadores que ocupavam a mesa diretora deixaram o local, e as atividades legislativas foram retomadas.
Uma reunião de líderes para discutir a pauta de votações foi remarcada para a próxima semana. O pedido de impeachment de Alexandre de Moraes faz parte de um conjunto de propostas apresentado por parlamentares da oposição, que inclui também a anistia a investigados pelos eventos de 8 de janeiro e mudanças nas regras sobre foro privilegiado.