Daniel Valentim dos Santos foi sequestrado na semana passada, após cair em uma emboscada no estádio Paulista. Após quatro dias de cativeiro, ele finalmente retorna para casa e é recebido por familiares e amigos
Santa Rosa do Sul
São Paulo
Depois de quatro dias de angústia, a família de um caminhoneiro da região, que foi mantido em cativeiro em Osasco, São Paulo, pôde, finalmente, recebê-lo são e salvo em casa. Daniel Valentim dos Santos, de 44 anos, foi sequestrado na semana passada, após cair em uma emboscada. A chegada da vítima em casa, no bairro Glorinha, em Santa Rosa do Sul, foi marcada por muita emoção, fogos de artifício e um abraço coletivo dos familiares.
Conforme a Polícia Civil, o crime não é raro, mas não costuma demorar tantos dias para acabar. O caminhão de Daniel foi encontrado em Mato Grosso do Sul e as investigações seguem em São Paulo.
De acordo com o delegado André Coltro, responsável pela Polícia Civil de Santa Rosa do Sul, a unidade trabalha de forma integrada com a polícia paulista para descobrir quem foram os responsáveis pelo sequestro. “Graças a Deus o desfecho foi feliz. Foi trabalhado com duas linhas, uma de negociação e uma investigativa. A linha de negociação surtiu efeito e o Daniel acabou sendo libertado na manhã de hoje (ontem, dia 17)”, conta. O delegado classificou o trabalho como “sucesso total”, mas relatou que esse tipo de crime tem ocorrido com mais frequência com caminhoneiros da região. “São vítimas atraídas para fretes em São Paulo e Minas Gerais e ao ser atraídos eles são assaltados, os caminhões são subtraídos e os assaltantes tentam pegar algum dinheiro com familiares da vítima”, contou.
O delegado da DIC de Araranguá, Jair Pereira Duarte e o delegado Regional de Araranguá, assim como outros policiais civis, também estiveram na chegada do caminhoneiro.
‘Acreditei em Deus’
Depois de ser abraçado e acolhido pela família, Daniel falou à imprensa sobre o sequestro e disse que, apesar do medo, se apegou em sua fé. “Tava tenso, com medo, nem acreditava na libertação, mas graças a Deus, aconteceu. Muito obrigado por tudo, Deus abençoe a todos que ficaram em orações. Tive fé em Deus sempre, mesmo passando dificuldade, acreditei em Deus”, declarou.
Durante o cativeiro, os bandidos pediam que ele colaborasse e queriam fazer um transporte com o caminhão. O caminhoneiro ainda pôde falar com a sua família por telefone, mas sempre sob orientação dos sequestradores. Ele sofreu ameaças verbais, mas não foi agredido. “Me deram alimento, banheiro, tudo, mas o medo era constante. Pensava na minha família, nos filhos”, relata.
Em 23 anos de profissão, Daniel disse que nunca tinha passado por nada parecido.
Ele disse que não esperava a recepção calorosa e que, por onde passou, encontrou solidariedade e empatia. “Saí de São Paulo sem nada, onde eu parava era reconhecido, meus amigos me trouxeram. Agradeço a todo mundo. Foram anjos na minha vida”, disse.
Maria do Carmo, esposa de Daniel, agradeceu o trabalho da Polícia Civil, que desde a última sexta-feira, quando foi informada do sequestro, ficou junto da família. “Foram perfeitos. Deus abençoe sempre o trabalho deles”, disse.
O delegado Jair confirmou a informação da esposa de Daniel “Desde sexta-feira ficamos com a família, auxiliando nas negociações, orientando os policiais e a gente foi negociando e acabou dando certo a liberação dele”, contou a autoridade policial.
Diante da imprensa, a família pediu que os policiais envolvidos na ação fossem reconhecidos, e fizeram questão de agradecer pelo apoio e pelo trabalho que trouxe Daniel de volta para casa.