A última palavra de Chalres Foster Kane: “Rosebud”, dá início ao “Cidadão Kane”, de Orson Welles. Na história, Kane, um ricaço “extremamente público”, segundo Welles, projeta naquela palavra, “aquilo que o dinheiro não compra”.
Agora imagine que hoje seja o último dia da sua vida. O que você gostaria de deixar para trás como seu “Rosebud”? Não, não estou falando de um item raro de coleção ou um segredo antigo. Estou falando daquela coisinha especial que, mesmo ao final, ainda faria você pensar: “Ah, se eu pudesse só voltar um pouco para resolver isso!”
Sabe, o “Rosebud” de Charles Foster Kane em “Cidadão Kane” é um trenó barato, mas o seu? Pode ser algo mais substancial, como uma receita secreta de família que você nunca teve tempo de compartilhar, ou talvez algo mais leve, como um par de sapatos de dança que você jurou usar, mas sempre deixou para amanhã.
Vamos lá, respire fundo e pense um pouco. Qual é a sua “coisa não resolvida”? É aquele livro que você sempre quis escrever mas ainda está apenas na fase de esboço? Ou talvez seja aquele projeto de jardim que você começou com tanto entusiasmo e agora serve apenas de abrigo para ervas daninhas e pensamentos não realizados?
Imagine a cena: você está lá, com sua xícara de café, pensando sobre como ainda não conseguiu aprender a tocar violino, e dá um último suspiro. Em vez de um “que pena” genérico, você gostaria que as pessoas se lembrassem de você dizendo: “Ah, se eu só tivesse conseguido dominar aquelas escalas!”
Ou, quem sabe, sua busca é por algo mais simples. Aquelas férias que você sempre planejou, mas nunca realizou, ou aquele sorriso que você queria dar àquela pessoa especial, mas nunca encontrou o momento certo. Esses pequenos detalhes, que à primeira vista parecem insignificantes, podem, na verdade, ser o centro do seu próprio “Rosebud”.
E não me venha com a desculpa de que é tarde demais para mudar as coisas. Se Kane, com toda a sua riqueza e poder, ainda foi atormentado por um simples trenó, quem somos nós para ignorar nossas pequenas obsessões? Todos nós temos algo que, se fôssemos interrogados em nossos últimos momentos, faria nossos olhos brilharem de arrependimento ou nostalgia.
Então, minha pergunta para você é simples: o que você ainda está adiando? O que, se hoje fosse o seu último dia, ainda seria motivo de busca e desejo? Pense nisso e, quem sabe, você ainda tenha tempo para um pequeno ajuste de percurso. Porque, no fim das contas, todos nós temos nosso próprio “Rosebud” – e talvez, só talvez, seja a hora de descobrir o que é o seu.
Em tempo: Se você ainda não assistiu a “Cidadão Kane”, é hora de corrigir esse erro cinematográfico! Dirigido por Orson Welles, o filme é frequentemente aclamado como o melhor já feito, uma verdadeira explosão de criatividade e inovação técnica. Imagine um espetáculo que virou o manual do cinema de cabeça para baixo e ainda é considerado o maior filme de todos os tempos. Ao desvendar o mistério do “Rosebud” – o simples trenó da infância do protagonista – você não só vai se maravilhar com uma narrativa brilhante, mas também será inspirado a refletir sobre o que seria o seu próprio “Rosebud” na vida real. Então, prepare a pipoca, acomode-se e descubra por que este clássico continua sendo uma referência obrigatória.